Economia & Mercados
23/03/2022 16:01

Exclusivo: Guedes vai à Europa para 'vender' plano econômico do governo e defender Amazônia


Por Célia Froufe

Brasília, 23/03/2022 - No último ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, viaja para dois países da Europa para "vender" o plano econômico do governo, defender ações do meio ambiente realizadas no País e buscar, assim, atrair mais capital estrangeiro. O comandante da pasta embarca para Paris e Madri por quatro dias da semana que vem com uma agenda de compromissos na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e com investidores e empresários.

Guedes já se encontrou com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, às margens da reunião do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) de Roma. Avaliou, porém, ser importante ter um encontro formal, na sede da instituição multilateral, para não deixar dúvidas sobre o interesse do País de integrar a entidade.

Em janeiro, a Organização deu o sinal verde para que seis nações começassem o processo de se tornar um candidato. Entre todas, o Brasil é a mais avançada nos trâmites, já que é o País que aderiu a mais instrumentos até o momento, um total de 105, de 251. Os outros concorrentes são os sul-americanos Argentina e Peru e os europeus do Leste Croácia, Bulgária e Romênia.

Para o secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, há chances de o Brasil continuar a correr de forma mais acelerada no processo, mas ele admitiu que, do lado técnico, a pedra no sapato da acessão brasileira é a questão tributária, que ainda precisa passar por importante transformação para se adequar aos padrões internacionais exigidos pela OCDE.

Apesar de haver baixa expectativa de apreciação de propostas sobre o tema que estão no Congresso, o secretário não descarta algum avanço feito ainda este ano. Um dos pontos mais difíceis, de acordo com Guaranys, deve ser o de preço de transferência, o valor que é pago por serviços ou bens transferidos dentro de uma companhia para outra unidade do mesmo grupo que esteja fora do Brasil. É a Receita Federal que é responsável pela normatização dessa área.

Do lado político, as ações ambientais são as que mais devem encontrar obstáculos pelo Brasil, conforme o secretário. Vitrine internacional do tema por causa principalmente da Amazônia, o País teve sua imagem arranhada nos últimos anos em função de discursos do governo desalinhados com o consenso internacional sobre o assunto e dados que mostram o aumento do desmatamento no Brasil.

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