Economia & Mercados
03/06/2019 20:37

Espera pela reforma da Previdência deve elevar procura por mercado de opções, dizem analistas


Por: Niviane Magalhães

São Paulo, 28/05/2019 - A possibilidade citada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a reforma da Previdência poderá ser aprovada entre 60 e 90 dias abre espaço para estratégias interessantes no mercado de opções no curto e no longo prazo tanto aos investidores otimistas quanto aos pessimistas, apontam analistas. No período mencionado por Guedes, acontece o vencimento de opções sobre Ibovespa (14/8) e o vencimento de opções sobre ações (19/8).

Repleto de oportunidades, o mercado de opções é alternativa para evitar as oscilações do mercado ou até uma forma de alavancagem de carteira. No entanto, a maior procura se dá como instrumento de defesa para fazer hedge para os investimentos. São contratos onde negociam-se o direito, por um determinado período, de comprar ou vender um lote de ações por um preço fixado, o preço de exercício ou strike.

Em abril, o exercício de opções sobre o Índice Bovespa movimentou R$ 7,498 bilhões, com 80.180 contratos negociados. Do volume de operações exercidas, R$ 601,972 milhões referem-se a opções de compra e R$ 6,896 bilhões a opções de venda. Já em maio, o exercício de contratos de opções sobre ações movimentou no segmento Bovespa R$ 9,261 bilhões, dos quais R$ 1,232 bilhão em opções de compra e R$ 8,028 bilhões em opções de venda.

"Partindo do pressuposto que no nosso cenário a Bolsa não tem força para ficar acima dos 100 mil pontos e nem fraqueza para ficar abaixo de 90 mil pontos antes da reforma da Previdência, buscamos estratégias de opções para ganhar em qualquer um desses cenários", aponta Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos.

O profissional explica que se em meados de julho, o Ibovespa estiver mais próximo de 100 mil pontos "teremos mais opções de compra (call), mas podemos ter alguma opção de venda (put) porque se a Previdência não passar, o risco será muito maior", apontou Salomão. Para escolher qual opção é melhor, neste caso, Salomão destaca ser necessário avaliar o risco de retorno "com o quanto você pode ganhar se a reforma da Previdência passar e o quanto você pode perder caso seja rejeitada". Para ele, se a Bolsa estiver mais perto dos 90 mil pontos e a chance for maior de passar, "seria interessante fazer opção de call", acrescentou.

Em caso de meio termo - aos 95 mil pontos - analistas apontam para um mix de opções, avaliando sempre a distância entre o preço de mercado e o preço do exercício, além da volatilidade do ativo. Há também quem opte por não fazer nada e manter a posição em carteira para ter caixa, "que é bem menos complexo, mas mais seguro antes de um evento importante. Se passar, temos dinheiro para investir e buscar ações e se não passar, temos como compensar as quedas exageradas", apontou Salomão.

Para André Campos, operador da Ativa Investimentos, a melhor estratégia seria no longo prazo, com opções para os meses de março e abril. "Adquirir opções no curto prazo é complicado porque os conceitos são mais fundamentalistas e pode haver muita volatilidade, com prêmios chegando a 200% porque qualquer ruído mexe bastante. Agora, para o longo prazo, como março e abril, é menos arriscado porque a chance de ganhar mais dinheiro é maior, embora o prêmio seja mais caro", pontuou Campos.

Ambos os analistas são categóricos ao afirmar que o movimento do mercado de opções acontecerá de acordo com as informações que forem saindo sobre a economia que a reforma da Previdência irá gerar. "Se tiver mais perto de R$ 1 trilhão, deve aumentar as opções de call porque deve abrir a economia do Brasil para os próximos anos com a entrada de investidor estrangeiro", apontou Campos. Para Salomão, da Rico, o ideal é aguardar até o final de junho e começo de julho para decidir estratégias de opções porque se começar muito antes, a liquidez é menor e quanto mais distante o vencimento, mais cara a opção porque quanto maior o prazo, mais chance se tem de chegar no dinheiro.
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