Economia & Mercados
27/10/2023 16:28

G20 Brasil: Trabalhos começam com licitação de R$ 335 milhões, pegada verde é foco


Por Célia Froufe

Brasília, 09/10/2023 - O G20 no Brasil tem início no dia 1° de dezembro, com uma forte pegada verde. Os motores começam a ser ligados com uma primeira reunião, já em dezembro, de sherpas e deputies, jargões usados respectivamente para os encarregados do Ministério das Relações Exteriores e da trilha de Finanças, que é compartilhada entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Estes são sempre os dois pilares do evento em todo o mundo.

A primeira estimativa oficial para organização de reuniões foi apresentada na semana passada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços (MGI) a potenciais fornecedores. Serão R$ 335 milhões para a realização dos encontros, aluguel de carros e serviço de refeição, por exemplo. A ordem de grandeza desse número tinha sido adiantada pelo Broadcast durante o G20 em Nova Délhi, no mês passado e é uma preocupação para o governo num momento em que quer entregar no ano que vem, justamente o da realização do evento, um déficit primário zero. Mesmo que o governo consiga parcerias de órgãos públicos, municípios e Estados, o volume de recursos depositados na realização da edição doméstica tende a ser bem maior.

Como informado anteriormente, Brasília e Rio concentrarão metade das reuniões do G20 brasileiro. Na semana passada, foi apresentada a lista oficial das cidades mais prováveis de sediarem as reuniões -, mas o martelo será batido em 1° de dezembro. Apenas a reunião de líderes está definida com data e local oficiais: será em novembro, no Rio. Mas, no total, estão previstos 104 encontros ao longo dos 12 meses: 74 de grupos de trabalho, 22 ministeriais e sete da área diplomática e de vice-ministros de finanças, além do Summit.

Durante participação na edição indiana, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, adiantou ao Broadcast, por exemplo, que o Brasil pretende levar ao evento a transição ecológica e a progressividade de tributos. Também explicou que assuntos como tributação externa e evasão fiscal terão peso nas discussões econômicas, assim como a defesa de mobilização de recursos para a transição ecológica. E, como já vem destacando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haverá um olhar especial para a África, com vistas a buscar saídas de longo prazo para mitigar a dívida de países do continente.

No discurso em que marcou a abertura dos trabalhos informais do Brasil na presidência rotativa do grupo, ainda na Índia, o mandatário brasileiro anunciou que o lema do G20 sob a batuta doméstica será "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". As três prioridades da presidência local serão: inclusão social e combate à fome; transição energética e desenvolvimento sustentável em suas três vertentes (social, econômica e ambiental) e reforma das instituições de governança global. Na berlinda das discussões, FMI, OCDE, ONU e Bird, serão instituições tradicionais a participarem na edição brasileira, mas o País convidará também o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos Brics.

Contato: celia.froufe@estadao.com
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