Economia & Mercados
07/01/2019 19:05

Guedes: não será tolerada compra de influência, uso de recurso público na direção equivocada


Brasília, 07/01/2019 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que o governo do presidente Jair Bolsonaro não vai tolerar compra de influência política nos bancos públicos e, consequentemente, o uso de recursos na direção equivocada. A declaração foi feita em cerimônia de transmissão de cargo da presidência da Caixa, instituição que nos últimos anos se viu no epicentro de uma série de escândalos envolvendo troca de favores para liberação de crédito facilitada do banco.

Em um dos episódios mais recentes, o ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun - que teve sua indicação ao conselho de Itaipu ratificada por Bolsonaro - afirmou no fim de 2017 que esperava apoio à reforma da Previdência dos governadores que estavam recebendo créditos da Caixa.

"Não será tolerada compra de influência ou uso de recurso público na direção equivocada", afirmou Guedes. O ministro disse que a Caixa "foi capturada e se perdeu" e elencou uma série de ativos problemáticos, como o FI-FGTS, fundo de investimentos com recursos do FGTS. "O FI-FGTS irrigou coisas que não era para irrigar", citou Guedes. "A primeira coisa é pegar esse FI-FGTS e reavaliar isso tudo", acrescentou o ministro.

Guedes destacou a importância da transparência e da governança como princípios norteadores para a atividade do banco público. Segundo ele, as instituições públicas têm papel extraordinário em qualquer sociedade, mas é preciso agir segundo esses princípios, sem conflito de interesses. "A sociedade precisa saber se instituição serve a grupo político, à pirataria privada ou ao País", disse.

Para ele, é preciso visar o retorno para a Caixa em vez de simplesmente "financiar campeões nacionais".

Guedes lembrou ainda que o mensalão e o "petrolão" ocorreram em empresas estatais, e que a própria Caixa teve problemas. "Ninguém é infalível. Investimento dá errado, é da vida, mas corrupção é intolerável", assegurou. O ministro disse também que o Tribunal de Contas da União (TCU) tem sido vigilante e que a interação do órgão de controle com o novo governo tem ocorrido desde o primeiro dia. (Idiana Tomazelli e Aline Bronzati)
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