Por Júlia Pestana
São Paulo, 13/10/2022 - As exportações de sucata ferrosa, material usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, alcançaram 38.859 toneladas em setembro deste ano, resultado que indica alta de 25,9% em relação a agosto, quando atingiram 30.864 toneladas. No entanto, quando comparadas com o mesmo período em 2021, quando somaram 73.456 toneladas, as vendas registram queda de 47,10%, conforme os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), as usinas estão usando mais gusa (liga de ferro que resulta da redução do minério de ferro), comprando sucata de empresas sem licenças ambientais e restringindo volume aos processadores.
“Embora as siderúrgicas tenham defendido, no recente Congresso do Aço, um uso de mais sucata na produção para a descarbonização do país, o que ocorre no mercado é o oposto, as usinas estão adquirindo material in natura com alto grau de impureza de pátios sem licenças ambientais e diminuindo o volume adquirido dos processadores”, afirma Alvarenga.
Diante dessa dificuldade interna, as processadoras de sucata buscam expandir as exportações, “apesar das dificuldades no exterior, em função da guerra na Ucrânia, paralisação de portos e aumentos dos fretes”, segundo Alvarenga.
De acordo com S&P Global Platts, o mercado brasileiro de sucata ferrosa está, em média, em um patamar de preços estável, o que deve se manter até o fim do ano. Conforme essas fontes, “as usinas tentaram reduzir os preços, mas não conseguiram por causa das altas taxas de frete”. Dessa forma, tem se mostrado mais vantajoso comprar de fornecedores mais próximos e não estocar.
O Inesfa também se prepara para discutir a temática no evento Waste Expo Brasil 2022, que acontecerá em São Paulo entre os dias 8 e 10 de novembro.
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