Economia & Mercados
02/06/2020 19:32

Deloitte: retomada econômica deve ocorrer em 6 a 18 meses, afirmam empresários


Por Ana Luiza de Carvalho

São Paulo, 02/06/2020 - Para 74% dos empresários, o início da recuperação econômica deve ocorrer em 6 a 18 meses, de acordo com a pesquisa “Respostas à crise da covid-19”, realizada pela Deloitte.

Das 662 empresas consultadas, 40% acreditam que a recuperação efetiva deverá acontecer a partir do ano que vem. Neste recorte estão os segmentos de comércio, construção, bens de consumo, saúde e farmacêutica, veículos e autopeças, transporte e logística e turismo, hotelaria e lazer.

Outros 34% veem possibilidade de melhora já no próximo semestre, com destaque para os setores de educação, alimentos, tecnologia da informação e telecomunicações, extração mineral e metalurgia.

Os empresários destacaram a redução nas receitas/vendas como principal obstáculo nos 100 primeiros dias após a decretação da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dos 67% que apontaram redução de receitas, 47% indicam queda mediana, enquanto 20% apontam para uma diminuição consistente dos indicadores. Outros 18% dos entrevistados acreditam que as receitas devem permanecer estáveis, enquanto 15% acreditam em um aumento do faturamento.

Por outro lado, 68% das companhias indicaram que os custos também devem registrar queda: a redução é esperada por 54%, enquanto 14% apontam redução forte. Outros 19% apontam manutenção dos indicadores e 13% acreditam em aumento de custos. A Deloitte aponta que o endividamento dos setores como um todo deve crescer, mas os de construção, associação e ONGs e extração mineral devem ser menos afetados.

Os segmentos com maiores reduções no volume de serviços desde o início da pandemia foram turismo, hotelaria e lazer, além de veículos e autopeças. Já tecnologia da informação e telecomunicações registraram aumento no volume de serviços, enquanto atividades financeiras e alimentação mantiveram o patamar.

A pesquisa aponta ainda que as empresas estão focadas em responder à crise da covid-19, aumentando volume de produção e investimentos, ao mesmo tempo em que diminuem custos e despesas para manter o quadro de funcionários.

De acordo com a Deloitte, 65% dos executivos ouvidos afirmaram que o quadro de pessoal permanece estável. Entre os setores com maior redução de equipes estão comércio, turismo hotelaria e lazer, e veículos e transportes. O único segmento a aumentar o quadro de funcionários é o de utilidade pública, enquanto alimentação, atividades financeiras e saúde e farmacêutica devem manter o quadro estável.

Todos os setores apontaram queda na capacidade de pagamento dos clientes, com situação ligeiramente melhor para alimentação, atividades financeiras, saúde e farmacêutica e extração mineral.

A maioria das companhias afirma ainda que adotou medidas de impacto social contra a pandemia: 58% fizeram campanhas de esclarecimento, enquanto 55% doaram alimentos e produtos. Os empresários apontam ainda uma maior preocupação quanto ao acompanhamento de leis e regulamentações: 22% relataram que as companhias possuíam a prática, porcentual que subiu para 97% após a decretação da pandemia.

A criação de um comitê de crises chegou a 89% das companhias, ante 25% antes da covid-19. Outra mudança apontada pelas empresas foi a adoção do teletrabalho, que saltou de 24% para 98%. Cerca de 50% das empresas adotaram redução da jornada de trabalho durante a pandemia, enquanto as ações para preservação de liquidez atingiram 97% das companhias, ante 44% antes da covid-19. Cerca de 60% das corporações indicaram que a governança de crise foi eficiente.

A pesquisa ouviu executivos de 662 empresas de 32 segmentos, entre 28 de abril e 12 de maio. Das companhias que participaram da pesquisa, 55% tiveram receita de até 100 milhões em 2019, 25% faturaram entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão e os 20% restantes faturaram acima de R$ 1 bilhão.

O estado de São Paulo é a sede de 56% das companhias ouvidas, enquanto os demais estados do Sudeste representam 18% das empresas. Em seguida estão Sul (16%), Nordeste (7%) e Centro Oeste/Norte (3%). O segmento de maior representatividade foi o de serviços (27%), seguido de infraestrutura e construção (17%) e manufaturas (13%).

Contato: ana.carvalho@estadao.com
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