Economia & Mercados
31/05/2019 08:43

Embraer: prejuízo de operações descontinuadas é de R$ 145,395 mi 1tri19, 2,5x mais que 1tri18


Por Luana Pavani

São Paulo, 31/05/2019 - A Embraer divulgou hoje o resultado do primeiro trimestre deste ano com os dados da Unidade de Aviação Comercial, separada como operação descontinuada, a qual teve prejuízo de R$ 145,395 milhões no período, 2,5 vezes mais do que em igual intervalo de 2018, quando estava em R$ 57,910 milhões. No documento, o prejuízo líquido (atribuído a sócios da empresa controladora) é de R$ 160,79 milhões, ante cifra negativa de R$ 130,288 milhões um ano antes - os quais batem com os números anteriormente informados atribuídos aos acionistas, no último dia 15 de maio.

O formulário de Informações Trimestrais (ITR) referente ao trimestre findo em 31 de março de 2019, arquivado hoje, traz também o parecer de auditoria externa, que é a PWC. A firma esclarece que revisou as demonstrações financeiras contidas no ITR, incluindo notas explicativas, e também o demonstrativo de valor adicionado (DVA).

A revisão pela auditoria foi feita de acordo com as normas brasileiras e internacionais de revisão de informações intermediárias (NBC TR 2410 e ISRE 2410), processo que tem alcance significativamente menor do que o de uma auditoria, explica a PWC. Assim, a firma não expressa opinião de auditoria. "Nossa responsabilidade é a de expressar uma conclusão sobre essas demonstrações financeiras intermediárias com base em nossa revisão."

A conclusão é que a firma não tem conhecimento de nenhum fato "que nos leve a acreditar que as demonstrações financeiras intermediárias individuais e consolidadas incluídas nas informações trimestrais acima referidas não foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com o CPC 21 e o IAS 34, aplicáveis à elaboração das Informações Trimestrais - ITR, e apresentadas de forma condizente com as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários."

O resultado da operação descontinuada é composto por receitas e despesas que a Embraer deixará de consolidar após a conclusão da operação com a Boeing. A administração eliminou o resultado de transações intercompany das operações continuadas e descontinuadas na consolidação das demonstrações financeiras, sem ajustes.

Impairment

Outro ponto importante da revisão, que consta em nota explicativa, é que não foram reconhecidas perdas de impairment no período (valor recuperável de ativos). A administração diz que revisou indicadores internos e externos para 31 de março de 2019 e identificou que o valor de mercado da Companhia, baseado na cotação das ações em circulação na B3 e NYSE, está inferior ao valor do patrimônio líquido, "entretanto, não foram reconhecidas perdas de impairment no período uma vez que as premissas de longo prazo e projeções de fluxo de caixa descontado utilizadas em 31 de dezembro de 2018 referente ao primeiro trimestre de 2019 se realizaram de acordo com o orçado para o exercício e não temos evidências para rever as projeções futuras, não indicando perdas adicionais às reconhecidas em 31 de dezembro de 2018."

Além disso, a Embraer informa que cerca de 50% dos saldos de imobilizado e intangível referem-se à operação descontinuada e frisa que "não houve perdas reconhecidas na mensuração inicial no grupo de ativos e passivos mantidos para venda por seu valor recuperável conforme requerido no IFRS 5/CPC 31."

Contato: Luana.pavani@Estadao.com
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