Economia & Mercados
30/04/2020 12:07

IBGE/Adriana: Trabalhador informal foi o que mais sentiu impacto da Covid em março


Por Daniela Amorim

Rio, 30/04/2020 - A pandemia do novo coronavírus já afetou os resultados do mercado de trabalho no primeiro trimestre do ano. Os mais impactados foram os trabalhadores informais, segundo Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).

O Brasil alcançou uma taxa de informalidade de 39,9% no mercado de trabalho no trimestre até março, com 36,806 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo IBGE.

O resultado significa 1,929 milhão de trabalhadores informais a menos em apenas um trimestre. As dispensas foram recordes nos segmentos de Alojamento e alimentação, Outros serviços (especialmente serviços pessoais, como cabeleireiro e manicure), Serviços Domésticos e Comércio.

“As atividades que mais tiveram queda na ocupação são justamente essas atividades que absorvem mais o trabalhador informal. Você tem um processo de dispensa muito grande. Não significa que não tenha havido dispensa de carteira de trabalho também”, explicou Adriana Beringuy. “O que me chamou atenção mesmo foi Alojamento e alimentação, que é uma atividade que não tem dispensa nessa época do ano”, completou.

O País registrou a demissão de 572 mil trabalhadores com carteira assinada no trimestre encerrado em março ante o trimestre terminado em dezembro de 2019. Em relação ao trimestre até março de 2019, houve abertura de 178 mil vagas formais.

O trabalho por conta própria alcançou 24,159 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em março. Em um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 409 mil pessoas. No entanto, em um trimestre, foram 398 mil trabalhadores a menos nessa condição.

O trabalho sem carteira assinada no setor privado somou 11,023 milhões de ocupados nessa situação. O emprego sem carteira no setor privado diminuiu em 100 mil vagas em um ano. Em um trimestre, foram 832 mil trabalhadores a menos.

O setor público abriu 11 mil vagas em um trimestre e contratou mais 290 mil em relação a um ano antes. Já o trabalho doméstico dispensou 385 mil pessoas em um trimestre. No período de um ano, há 137 mil pessoas a menos no trabalho doméstico.

Contato: daniela.amorim@estadao.com
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