Economia & Mercados
13/03/2018 12:29

Rosenberg: Reajuste da Light preocupa pois pode levar a altas maiores de outras empresas


São Paulo, 13/03/2018 - A aprovação do reajuste médio de 10,36% nas tarifas da Light pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) preocupa pois outras empresas podem seguir a mesma dinâmica e aplicar aumentos acima da inflação passada. A avaliação é do economista Leonardo França Costa, da Rosenberg Associados. "Por hora, a alta não altera nossa projeção para inflação, mas adiciona preocupação em relação aos próximos reajustes das outras elétricas", avalia. O reajuste começa a valer nesta quinta-feira (15). Depois de fechar 2017 em 2,95%, o IPCA acumula 2,84% até fevereiro deste ano.

Para consumidores residenciais (B1), o reajuste aprovado é de 9,35% e o impacto estimado pela consultoria é de 0,04 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A despeito do efeito de alta no IPCA, França Costa pondera que mantém a expectativa de 3,5% para a inflação fechada deste ano. "O reajuste da Light ficou acima do esperado, mas está dentro da média esperada para energia elétrica este ano, de 4,5%", diz. Além disso, o especialista acrescenta que os preços de alimentos estão surpreendendo. "Os preços de Alimentação estão indo muito bem, no sentido de surpreenderem para baixo", completa.

Segundo o economista, o que de certa forma tem limitado mais encarecimento na conta de luz dos brasileiros é o fato de a bandeira em vigor ser a da cor verde, sem cobrança extra aos consumidores. Ele explica que de janeiro a fevereiro, a energia acumula taxa negativa de 4,9% por conta da bandeira. "Tem um espaço para ajuste, só que os que estão vindo estão bem elevados", reforça, acrescentando que espera que essa bandeira vigore até o fim deste ano. "Se mudar, tende a alterar o cenário. Além disso, estamos esperando para ver quanto será o reajuste da Cemig", afirma.

Na semana passada, a Aneel propôs reajuste médio de 25,87% nas tarifas da Cemig, o que surpreendeu o mercado, que esperava um aumento menor. (Maria Regina Silva - maria.regina@estadao.com)
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