Economia & Mercados
20/03/2020 15:11

Marisa se prepara para enfrentar paradeira no 2TRI20 com captação feita em dezembro


Por Daniele Madureira, especial para a Broadcast

São Paulo, 19/03/2020 - A varejista de moda Marisa prevê tempos difíceis neste segundo trimestre por conta da pandemia do coronavírus. Ontem (18), a Prefeitura de São Paulo decidiu interromper o comércio de rua a partir do dia 6 de abril, enquanto o governo do Estado recomendou o fechamento dos shopping centers da capital e região metropolitana a partir da próxima segunda-feira, dia 23. “A capital paulista representa 30% das vendas totais da rede, enquanto o Estado de São Paulo responde por cerca de 40%”, diz o diretor presidente da rede, Marcelo Pimentel.

Atualmente, a empresa conta com uma rede de 354 lojas, divididas de maneira equilibrada entre rua e shopping. “As lojas de rua serão nossa maior força de vendas no terceiro trimestre, quando acreditamos que haverá retomada da demanda, após o pico do coronavírus”, afirma. A empresa montou um comitê de crise há quatro semanas. Hoje, 95% do setor administrativo trabalha já remotamente.

A paradeira nas vendas neste segundo trimestre só não deve impactar ainda mais o caixa da empresa por conta da oferta subsequente de ações em dezembro, quando captou R$ 550 milhões. “Temos certo conforto para atravessar essa fase”, diz o executivo.

Segundo Pimentel, o fluxo de importações da companhia da China não ficou comprometido porque a empresa antecipou as compras de inverno. “Por conta do Ano Novo chinês ser comemorado mais cedo este ano (25 de janeiro), quando a epidemia de coronavírus eclodiu no país, nossas encomendas já estavam chegando ao Brasil”, afirma. Cerca de 30% dos produtos da companhia são importados, especialmente os da coleção outono-inverno.

A Marisa, que já foi acusada de vender produtos de fornecedores que usavam trabalho escravo, hoje é uma das referências nas boas práticas da cadeia de moda. A empresa só trabalha com fornecedores credenciados pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvetex). “Se nosso negócio é cuidar da autoestima da mulher, e 70% do trabalho escravo na indústria da moda é feito por mulheres, precisamos ter o trabalho de rastrear os fornecedores”, diz Pimentel.

Parceria com Magalu

Apesar do avanço da epidemia de Covid-19, a Marisa tem grandes planos para 2020. Um deles engloba a parceria de médio prazo fechada, em dezembro, com o Magazine Luiza. A rede varejista de eletroeletrônicos vai promover, ao longo de cinco anos, a venda de celulares e acessórios em 300 lojas da Marisa, que por sua vez vai ganhar comissão sobre as vendas e um pagamento mínimo anual. Hoje, a Magalu está presente em 50 pontos da Marisa.

“Há uma grande convergência no perfil das clientes das duas redes”, diz Adalberto Pereira Santos, vice-presidente Financeiro, Administrativo e diretor de Relações com Investidores. “O Magalu também vai usar a estrutura da Marisa como pontos de retirada de produtos comprados online”, afirma Santos. Para Pimentel, a parceria com a Marisa é uma oportunidade de a rede de eletroeletrônicos chegar a praças onde ainda não está presente, como o Rio de Janeiro.

Assim que a pandemia for controlada, a Marisa também pretende investir na expansão do programa Clique e Retire - que permite aos clientes comprarem on-line e retirarem na loja. “É nesse momento que a cliente pode fazer uma nova compra, quando vai buscar o seu produto em loja”, diz Pimentel. Até o momento, 22% das clientes que compram on-line e retiram na loja acabam levando mais alguma coisa para casa.

A empresa já está em alguns market places, como Mercado Livre, B2W (Submarino e Americanas.com), Netshoes e Zattini - estes dois últimos pertencentes ao Magazine Luiza.
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