Economia & Mercados
24/10/2023 13:06

Swiss Re Corporate e Bradesco entram em seguro ciber com apólice para PMEs


A Swiss Re Corporate Solutions e a Bradesco Seguros entrarão no mercado de seguros contra riscos cibernéticos para empresas, através de um filão que consideram inexplorado: o das pequenas e médias. Esse ramo securitário ainda é pequeno diante do tamanho do mercado, mas cresce 25% neste ano diante do maior interesse e do aumento da oferta.

O produto é o primeiro desenvolvido pela sociedade entre a Swiss Re Corporate e a Bradesco, que existe desde 2017 e que atua no mercado de grandes riscos, em segmentos como o agrícola, o de seguro garantia e o patrimonial. O foco em pequenas e médias empresas foi escolhido tanto pela falta de produtos focados no segmento quanto pela presença do Bradesco nesse público.

O presidente da Bradesco Auto/RE, Ney Ferraz Dias, afirma que o novo seguro pressupõe um relacionamento mais frequente entre a seguradora, o corretor e o cliente. Além da avaliação inicial dos riscos a que a companhia contratante está submetida, há avaliações trimestrais sobre os riscos. Outra diferença é que o produto oferece apoio para gerenciar crises.

"Uma grande empresa tem pessoas dedicadas a isso, sistemas, fornecedores, a se acontecer uma fraude, alguma coisa, ela pode reagir rapidamente", diz ele. "A pequena e média empresa muitas vezes não tem condições de ter um time desse à disposição."

O chefe da Swiss Re Corporate na América Latina, Angelo Colombo, afirma que a empresa credenciou parceiros para fazer a avaliação inicial à distância, pela internet, nos sistemas das empresas que procurarem o seguro. Segundo ele, mais de 2.000 variáveis são testadas em dez minutos, gerando uma pontuação que determina, entre outros pontos, o preço.

"O desafio era que a contratação fosse bastante simplificada, mas profunda o suficiente para ter a precificação justa", diz ele. O seguro tem valor médio mensal entre R$ 2.000 e R$ 3.000, e cobre valores entre R$ 1 milhão e R$ 2,5 milhões. Também oferece cobertura de lucros cessantes e de responsabilidade civil, ligada a possíveis consequências jurídicas pelo vazamento de dados de terceiros.

De janeiro a agosto, o seguro cibernético arrecadou R$ 138 milhões no País, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). É um crescimento de 25,3% em relação ao mesmo período do ano passado, mas o mercado é pequeno: apenas 11 seguradoras emitiram apólices. A AIG foi a líder, com R$ 59,9 milhões arrecadados.

De olho na rede

O novo produto é mais um passo da joint venture para explorar o potencial da base do Bradesco. Ferraz Dias afirma que, para o banco, o seguro reforça o relacionamento e também o perfil de crédito das empresas, que podem perder receitas com os ataques. "O seguro fortalece o Bradesco como uma solução para essas empresas. Esse mercado ainda não existe no Brasil."

Colombo, da Swiss, afirma que a sociedade está debruçada sobre outras linhas de seguro, como o agrícola, em busca de novos produtos. "Recentemente tivemos um giro pelo Centro-Oeste, falando com os clientes, os corretores, para entender as necessidades, que vão muito além do seguro para a safra", diz.

No seguro cibernético para PMEs, os corretores terão um papel diferente: o de consultor, que o setor de seguros e a própria Bradesco acreditam que terá cada vez mais importância. Como o seguro ciber é relativamente pouco conhecido no País, a Swiss Re Corporate está fazendo capacitações com a rede para que os corretores possam testá-lo antes de oferecê-lo aos clientes.
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