Economia & Mercados
22/08/2018 08:00

B2W mira Black Friday e vai dar crédito para vendedores do marketplace


São Paulo, 22/08/2018 - Líder no comércio eletrônico brasileiro, a B2W está abrindo uma nova frente de serviços financeiros. A companhia vai dar crédito aos vendedores que comercializam produtos na plataforma de venda online. Com uma meta de aumentar em quase 30% a base de comerciantes parceiros até o final do ano, a empresa vai ofertar linhas de empréstimo para capital de giro desses vendedores.

"É uma nova frente de negócios que poderá gerar mais receita para a companhia", disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Fabio Abrate.

O crédito deve funcionar ainda como uma ferramenta para impulsionar o marketplace, modelo de negócios no qual a B2W recebe uma comissão pelas vendas realizadas por outros comerciantes na plataforma. A companhia também atua no e-commerce tradicional, com estoque próprio de produtos, mas o marketplace é cada vez mais dominante e deve passar a representar mais da metade do total de mercadorias comercializadas até o final deste ano.

O lançamento do crédito aos vendedores é feito pela companhia na manhã desta quarta-feira num evento dedicado a preparar comerciantes e fornecedores para as vendas de Black Friday.

Após resultados aquém da média do mercado em 2017, a B2W vem acelerando o crescimento de vendas, com o impulso de uma base crescente de vendedores. O marketplace saiu de um negócio incipiente em 2014 para os atuais 15,4 mil vendedores e a expectativa é ultrapassar 20 mil até o final do ano.

Vendedores de marketplace são, em sua maioria, pequenos comerciantes, detentores de lojas físicas, que usam a estrutura de uma grande empresa de e-commerce para vender online. É esse grupo que a B2W pretende atingir com a oferta de crédito.

"Os vendedores por vezes não conseguem tomar crédito com bancos. Nós temos acesso a informações sobre a operação deles que nos permitem chegar a taxas mais atrativas", diz Abrate.

O instrumento financeiro é uma das ferramentas que a B2W vem usando para atrair vendedores e se defender da crescente concorrência no marketplace. No Brasil, o segmento conta ainda com a atuação forte de grupos como Via Varejo, Magazine Luiza e Amazon.

Subsidiária da Lojas Americanas, a B2W vem usando uma estrutura própria de logística, tecnologia e serviços financeiros para oferecer auxilio direto a vendedores quando outras companhias apostam, por exemplo, em serviços de entrega feitos por terceiros. A B2W é dona de transportadoras, detém 11 centros de distribuição e 200 hubs (espécie de "mini centros de distribuição"). Mais recentemente, a companhia começou a usar lojas físicas da Lojas Americanas para ajudar na entrega de produtos do marketplace.

"O que fizemos em termos de plataforma, com a verticalização, acaba sendo uma barreira de entrada (para competidores)", comenta Abrate.

Black Friday
Abrate afirma que a B2W está confiante para crescer "acima do mercado". No principal evento promocional, a Black Friday, a companhia calcula que seja capaz de atrair 40% de todo o tráfego na internet, o que faz com que sua participação nas vendas nesse evento seja de peso.

As vendas já se aceleraram no segundo trimestre deste ano, quando o valor bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) cresceu 25% ante uma média de 13% do setor de e-commerce brasileiro, conforme dados da Ebit. No ano passado, a B2W havia crescido 10,1% no mesmo período, abaixo dos 11,6% da média do setor.

Para Abrate, este é um ano de crescimento de vendas depois que a companhia passou por períodos de transição. No ano passado, o resultado mais fraco foi consequência da migração do modelo tradicional, de venda ao consumidor final, para o marketplace.

Além da oferta de crédito, a B2W aposta ainda num meio de pagamento próprio lançado este ano para impulsionar as vendas na Black Friday. Chamado de Ame, o negócio oferece uma parcela do valor da compra de volta para quem usa a conta digital para pagar compras no site da Americanas.com e do Shoptime.

Na Black Friday, a B2W vai estimular que vendedores ampliem as ofertas, aumentando descontos, ou seja, devolvendo uma parcela maior do valor da compra. A lógica é que o valor do desconto se mantém "retido no ecossistema", ou seja, o cliente é estimulado a fazer uma nova compra. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com)
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