Por Cynthia Decloedt
São Paulo, 05/02/2021 - O mercado está neste momento de reflexão, buscando entender como o cenário externo e local vai se desenrolar e a volatilidade deve ser a tônica dos próximos meses, disse o vice-presidente de Finanças da B3, Daniel Sonder, em conversa com jornalistas.
Segundo ele, ainda não há clareza sobre as implicações de fatores como o juro nos EUA e o impacto da pandemia na economia brasileira, que pode exigir maior comprometimento fiscal extraordinário no governo, nos fluxos para a bolsa. De toda forma, o executivo observa que a demanda, até aqui é grande para o mercado acionário.
Ele citou que a reflexão no contexto internacional sobre trajetória do juro, já provocou algum ajuste na precificação de ativos de maior risco, mas que os índices e ações nos Estados Unidos ainda operem em máximas. Sonder observou que localmente, o quadro sanitário aponta para o fato de que a economia deve levar mais tempo para se recuperar. “Vai continuar exigindo que o governo tenha fiscal extraordinário para fazer medidas compensatórias”, ponderou.
No entanto, Sonder disse que até fevereiro, a média diária de negócios com ações subiu em relação à média de 2020, que estava em R$ 29 bilhões e representou aumento de 75% frente a 2019. De acordo com ele, a média diária de negócios foi de R$ 37 bilhões em janeiro e R$ 39 bilhões em fevereiro.
“O mercado num momento de entender como o cenário vai se desenrolar, a volatilidade vai ser o tom nos próximos meses”, pontuou. Ele lembrou que foram 15 IPOs realizados na primeira janela do ano e observamos mais de 45 operações em andamento. “Mas tudo isso depende desse continuado apetite e fluxo para o mercado de ações e depende das variáveis. Embora exista um pouco dessa incerteza, existe ainda uma força muito grande na demanda”, completou.
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