Economia & Mercados
12/03/2018 06:48

Sabesp recebe carta de grupo de investidores no âmbito da capitalização, mantido em sigilo


São Paulo, 12/03/2018 - A Sabesp informa que seu controlador, o governo do Estado de São Paulo, recebeu na última sexta-feira, dia 09, "em horário não comercial" uma carta de um grupo de investidores para potencial aquisição de parte de suas ações a serem emitidas pela Sociedade Controladora (holding).

A operação se dará no âmbito da holding e não afetará o controle societário, que permanecerá com o governo.

Ainda de acordo com o fato relevante, a identidade dos investidores e o conteúdo da carta serão mantidos em sigilo. A avaliação será feita pelo Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED), "a quem compete decidir pela continuidade e condições para constituição da Sociedade Controladora e reorganização societária da Sabesp".

Em reunião pública no final do ano passado, os executivos da Sabesp afirmaram que uma decisão sobre a criação da holding sairia ainda neste primeiro trimestre. O próprio governo do Estado tem dito que também pretende tirar esse projeto do papel ainda no início do ano, na esteira das concessões estaduais, que seguem em ritmo acelerado.

O primeiro passo para o projeto foi dado em setembro do ano passado, quando o governo paulista sancionou a lei que trata da reorganização societária da companhia. O texto autoriza o Estado a criar uma sociedade controladora que exercerá o controle acionário da Sabesp, estabelecendo que o governo deve manter a maioria do capital. Detentor de 50,3% da Sabesp, o Estado planeja transferir à holding a totalidade das ações que possui na companhia de saneamento e vender parte desse total - a quantidade de ações a ser vendida a investidores ainda não está definida, mas não poderá ultrapassar 49,9%. Os papéis dessa controladora não serão negociados em bolsa, como ocorre com o 49,7% restante do capital social da Sabesp.

Segunda a companhia paulista de saneamento, a capitalização permitiria acelerar o projeto de universalização dos serviços de água e esgoto e também melhorar o modelo de gestão da própria Sabesp, por meio do firmamento de contratos de gestão com o Estado de São Paulo. (Luana Pavani - Luana.pavani@Estadao.com e
Letícia Fucuchima - leticia.fucuchima@estadao.com)

15/12/2017 16:35:40 - EMPRESAS E SETORES
SABESP/KELMAN: ESTÁ FORA DE COGITAÇÃO QUALQUER IDEIA DE PRIVATIZAÇÃO
São Paulo, 15/12/2017 - O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, reiterou há pouco que a companhia não será privatizada, uma vez que depende de contratos com municípios, que não poderiam ser firmados caso fosse vendida. “Está fora de cogitação qualquer ideia de privatização”, disse a analistas e investidores.

Em reunião pública, o executivo esclareceu que a capitalização da Sabesp não é uma questão “ideológica”, mas sim “prática”. A companhia planeja, por meio da holding, ter equity para acelerar seus investimentos em expansão e universalização do serviço de saneamento, com a incorporação de um investidor de longo prazo e ativo. De acordo com Kelman, a constituição da holding ainda não está definida, tampouco a participação que esse potencial parceiro do Estado teria.

O presidente da Sabesp reiterou ainda que, com a holding, a companhia poderia implementar contratos de gestão com o governo do Estado de São Paulo, o que lhe permitiria aprofundar o modelo de gestão e aumentar produtividade e níveis de eficiência. “Teríamos alguns graus de liberdade, como a capacidade de decidir o que ser terceirizado, quando contratar ou demitir”, destaca Kelman.

Ele explicou ainda que a holding poderia participar de projetos em saneamento e atividades próximas em outros Estados, a depender do interesse e do perfil do eventual sócio privado. “Se interessar, nada impede que a holding participe de processos em outros Estados - mas não diretamente a Sabesp”, esclareceu.

Questionado sobre a participação privada no setor de saneamento, o presidente da Sabesp avaliou como algo positivo. “O Brasil é muito atrasado em saneamento. Tem espaço para tecnologia, conhecimento e capital, tanto público quanto privado, e nós somos exemplo disso”, afirmou Kelman, mencionando o projeto da PPP São Lourenço. O executivo informou ainda que a empresa enxerga outras possibilidades de associação com o setor privado.

Em relação à conclusão da 2ª Revisão Tarifária Ordinária (RTO), prevista para abril de 2018, o superintendente de custos e tarifas da Sabesp, José Sylvio Xavier, afirmou que estão sendo discutidos com a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) alguns pontos relevantes à companhia. É o caso da estrutura tarifária, que tem uma série de imperfeições, na visão da Sabesp. “É altamente provável que esse debate não finde até a revisão definitiva, mas é importante que ele comece”, disse Xavier. (Letícia Fucuchima - leticia.fucuchima@estadao.com)
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