Economia & Mercados
06/04/2020 19:09

Febraban responde Anfavea e diz que bancos estão conscientes da crise e prontos para ajudar


Por André Ítalo Rocha

São Paulo, 6/4/2020 - Em resposta à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que disse hoje que os bancos estão “muito restritivos para liberar dinheiro”, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) enviou uma nota ao Broadcast na qual afirma que o setor bancário tem consciência do momento excepcional pelo qual o Brasil passa e lista algumas ações tomadas pelas instituições financeiras.

“Importante destacar que os bancos têm consciência do momento excepcional pelo qual passa, não só o Brasil, mas o mundo. E estão prontos para ajudar a sociedade a atravessá-lo”, começa a nota, que diz que uma das medidas do setor foi o anúncio da possibilidade de prorrogação das dívidas por até 60 dias de clientes pessoa física e micro e pequenas empresas. Segundo a Febraban, os cinco maiores bancos do País têm processado mais de dois milhões de pedidos de renegociação.

Além disso, ressalta a federação, os bancos aderiram ao fundo de R$ 40 bilhões criado pelo governo para o financiamento da folha de pagamento das pequenas e médias empresas. Itaú e Bradesco, destaca, anunciaram que vão começar a liberar os recursos já nesta semana.

A Febraban sustenta ainda que as taxas de juros praticadas pelos bancos ficaram estáveis nas últimas semanas, mas que é preciso ter em mente que houve uma revisão geral do risco das operações de crédito em função da pandemia.

Pela manhã, em entrevista ao Broadcast, após apresentar os dados do setor de veículos em março, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse que as montadoras têm enfrentado dificuldades para conseguir financiamentos junto aos bancos para ter capital de giro.

“Os bancos estão muito restritivos, não liberam dinheiro, estão sentados em cima da liquidez e, quando liberam, liberam com taxas absurdas”, disse o executivo. “Conversamos com o ministro Paulo Guedes (Economia) e ele confirma que o dinheiro não está chegando à ponta. Estamos sofrendo muito. Os bancos, que deveriam estar provisionando, estão asfixiando”, afirmou.

Para Moraes, a prioridade no combate à crise tem de ser a garantia da liquidez no sistema financeiro. “É preciso agilidade do governo federal, do Banco Central e do Congresso, para que medidas sejam tomadas, pois não é um problema só do setor automotivo e não pode ser subestimado”, afirmou o executivo, que reconhece que o risco para os bancos aumentou, mas que as autoridades precisam agir para que se chegue a um custo “aceitável”.

Contato: andre.italo@estadao.com
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