Por Audryn Karolyne, especial para o Broadcast
Rio, 30/09/2021 - O governo chamou donos de postos para uma conversa, ontem. A pauta da discussão foram os altos preços dos combustíveis. Após algumas horas, assim como os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Arthur Lira, os dois lados concluíram que a responsabilidade é dos Estados e que não há solução para o impasse que não passe pelo ICMS.
O encontro aconteceu um dia após a Petrobras reajustar o óleo diesel em 8,9% nas refinarias e dois dias depois de o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, dizer que não está disposto a mexer na sua política de preços. Com o seu Preço de Paridade Internacional (PPI), a estatal repete no Brasil as valorizações do petróleo e dos seus derivados no mercado internacional, e também do dólar.
Do lado do governo, participaram do encontro de ontem Gabriele Olivi e José Lopes, da Secretaria Especial de Articulação Social. Paulo Miranda, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), representou os donos de postos.
"Estamos totalmente engessados", disse Miranda, referindo-se ao repasse da alta dos preços da Petrobras para os consumidores finais. Segundo ele, as margens da revenda estão apertadas e não há como conter reajustes. "A solução é os governadores colocarem a mão na consciência e reduzirem o ICMS. Nós, postos revendedores, também não temos como reduzir (os preços)", acrescentou.
O presidente da Fecombustíveis também defende a redução do porcentual de etanol anidro adicionado à gasolina, já que o preço do etanol foi o mais valorizado neste ano, entre os combustíveis automotivos.
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