Economia & Mercados
14/04/2021 10:00

Brain: fatia de investidores no mercado de incorporação cresce 11% no Brasil em 2020


Por Beth Moreira

São Paulo, 14/04/2021 - A presença de investidores no mercado de incorporação no Brasil aumentou em 2020 na comparação com o ano anterior, segundo levantamento feito pela Brain Inteligência Estratégica. Levando-se em conta somente os lançamentos feitos por incorporadoras nos dois anos, a participação de investidores chegou a 28,5% em 2020 ante 25,5% de 2019, uma alta de 11%.

A presença também aumentou no Volume Geral de Venda (VGV) dos lançamentos, indo de 20,4% para 23,7% em 2020, com investidores ficando com R$ 14,4 bilhões, de um total de R$ 60,9 bilhões. O levantamento foi feito entre 10 de fevereiro e 10 de março, e foram ouvidas mais de 6 mil pessoas. A margem de erro dos resultados é de apenas 1,5%.

"Enquanto o total dos lançamentos no Brasil caiu 18% em 2020, os lançamentos direcionados aos investidores caíram apenas 8%, ou seja, os produtos direcionados a esse público, caiu menos da metade do que o mercado geral, o que mostra a resiliência e a importância do pequeno e médio investidor para o mercado imobiliário", destaca o sócio dirigente da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo.

Conforme o levantamento, apesar da maior participação porcentual, investidores adquiriram menos apartamentos de um ou dois dormitórios e estúdios lançados em 2020 ante 2019 - 43.328 no ano passado contra 47.300 no ano anterior.

Para o sócio-diretor da Brain e um dos coordenadores do estudo, Marcos Kahtalian, a queda nas unidades de investimento foi mais branda nas capitais, nas quais houve redução de apenas 5%. "Isso mostra que esse mercado de lançamentos continuou aquecido mesmo durante a pandemia", afirma.

Unidades vendidas

No que diz respeito às vendas, investidores compraram 42.897 mil de unidades verticais em 2020, o que representa 22,6% do total comercializado por incorporadoras. Entre os dois períodos, o número absoluto passou de 172.822 para 189.857 quanto a estes tipos de produtos imobiliários, uma alta de 10%. Desses, a parcela referente a investidores subiu 1%. Se levadas em conta apenas as capitais federais, essa participação cresceu 3%.

Quanto ao Volume Geral de Venda (VGV) de apartamentos de um ou dois dormitórios e estúdios comercializados em 2020, o montante referente a investidores aumentou de R$ 14,9 bilhões para R$ 16,1 bilhões, um acréscimo de 8%. Ao todo, incorporadoras venderam o equivalente a R$ 80 bilhões no ano passado.

"Embora o porcentual de participação de investidores tenha reduzido levemente no universo de unidades vendidas por incorporadoras, indo de 24,6% para 22,6% em 2020, essa presença cresceu se consideradas apenas as capitais brasileiras, indo de 29,9% para 30,7%", explica Araújo.

Ele destaca que os resultados mostram que tanto incorporadoras como investidores mantiveram o ritmo mesmo durante a pandemia. "Apesar de uma redução de atividade nas cidades do interior, as empresas e players do setor conseguiram manter o ritmo de vendas e lançamentos nas capitais", afirma.

Perfil

Conjuntamente com o levantamento, a Brain também realizou uma pesquisa sobre o Perfil do Investidor Imobiliário. Entre as 6 mil pessoas entrevistadas, 13% delas, já possuíam imóveis para investimento. Dentre os que ainda não investem, 57% afirmaram possuir interesse em investir futuramente em imóveis.

Os entrevistados foram divididos em três grupos, de acordo com a renda mensal: para renda de até R$ 10 mil, 8% já tinham imóveis para investimento, de R$ 10 mil a R$ 20 mil, 16% já investiram e acima de R$ 20 mil o indicador cresce para 38%.

Conforme a pesquisa, para os que já investem, 40% dos entrevistados investiram em apenas um imóvel, seguidos por 26% que possuem dois imóveis e outros 16% que possuem três imóveis. Ao agrupar os que possuem três ou mais imóveis, chega-se à soma de 34%.

Conforme a Brain, a pesquisa revelou que o tipo de imóvel desejado pela maioria dos investidores não é o imóvel comercial (18%), mas sim o residencial (58%). Apesar da preferência, 24% dos entrevistados investem em ambos. Segmentando por cidades, destaca-se São Paulo, com a preferência residencial disparada: 81% dos entrevistados dizem preferir esse tipo de imóvel.

Para investidores com cinco ou mais imóveis na carteira, apenas 37% possui interesse exclusivo em imóveis residenciais. A preferência é mais direcionada para ambos os tipos de imóveis (46%).

Contato: beth.moreira@estadao.com
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