Economia & Mercados
02/07/2020 09:39

Engie lança comercializadora varejista de energia nos próximos dias


Por Wellington Bahnemann

São Paulo, 02/07/2020 - A Engie Brasil Energia, maior geradora privada do setor elétrico brasileiro, prepara para os próximos dias o lançamento da sua comercializadora varejista. O movimento faz parte de uma estratégia mais ampla da companhia para acompanhar a evolução do mercado livre de energia, que tem crescido com base na migração de um número crescente de consumidores de pequeno porte. "A figura do comercializador varejista torna a operação (do mercado livre) mais simples para o cliente", afirmou o diretor de Comercialização de Energia da Engie, Gabriel Mann, em entrevista ao Broadcast Energia.

A criação da figura do comercializador varejista foi alvo de debate interno na Engie. Essa modalidade é vista pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pelas empresas do setor como a mais adequada para absorver o crescimento do número de migrações de clientes de médio e pequeno porte com a abertura do ambiente de livre contratação (ACL).

Isso porque, com esse tipo de figura, o consumidor não precisa se tornar agente na CCEE, todas as obrigações são assumidas pela própria comercializadora varejista, os contratos são mais simples, flexíveis e sem necessidade de operações no mercado de curto prazo e o processo de migração ao ACL é mais simples. Apesar de todas as vantagens, o mercado de comercializadora varejista não ganhou tração desde 2013, quando esta modalidade foi criada. A razão para tal é a dificuldade de lidar com os riscos que esse produto trouxe, sobretudo quando há inadimplência por parte do consumidor.

"Esse foi um tema debatido internamente. O fato é que a figura (do varejista) já está criada. O cliente vai vir pro mercado livre, e não vai ser possível atender os de menor porte da maneira como é feita hoje. Precisamos ter um produto simples. Não dá para abrir mão do varejista, porque, deste modo, mataríamos a simplicidade requerida pelo cliente, e ele vai deixar de migrar", argumentou Mann.

O executivo reconheceu que, de fato, o tema da inadimplência no mercado varejista é um ponto de preocupação. Mas que, dada a evolução do mercado livre, a Engie optou por assumir esse risco. "É uma preocupação nossa de que o cliente, amanhã ou depois, não pague e fique pendurando debaixo de mim, sem que eu consiga retirá-lo do meu fornecimento. Mas esse risco vai ser precificado", explicou. Mann disse que a Engie vem trabalhando com as associações setoriais para aperfeiçoar essa questão regulatória.

Hoje, entre 35% e 40% dos clientes do mercado livre atendidos pela Engie são de pequeno e médio porte. Isso mostra a necessidade de a companhia estar com processos preparados para suportar o crescimento que esse movimento de migração nos próximos anos vai trazer para o setor.

Contato: wellington.bahnemann@estadao.com; energia@estadao.com
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