Política
18/12/2018 12:39

Etchegoyen promete reforço na segurança de Bolsonaro e diz que ameaças 'permanecem vivas'


Brasília, 18/12/2018 - O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) vai reforçar o esquema de proteção ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, em comparação ao existente hoje para o presidente Michel Temer. Esse reforço ocorrerá não só na posse, mas também a partir de janeiro, quando o GSI assume a segurança do presidente eleito.

"Nunca tivemos um candidato a presidente que tenha sofrido uma tentativa de assassinato. Isso, por si só, já justifica o reforço no esquema de segurança", declarou o ministro-chefe do GSI, general Sérgio Etchegoyen, em entrevista na qual explicou que "a estrutura do GSI se adapta aos novos dirigentes".

O ministro esclareceu que "ainda existem ameaças" a Bolsonaro e que, até que elas sejam totalmente esclarecidas e disseminadas, "elas permanecem vivas" e sob atenção e cuidado da equipe de segurança. "Toda ameaça só deixa de ser ameaça quando está totalmente esclarecida", observou.

Ao exemplificar as ameaças identificadas contra Bolsonaro, o ministro mencionou a ocorrência de um caso no Rio de Janeiro, que, de acordo com ele, foi neutralizado. "Mas outras ameaças existem", avisou o ministro, lembrando que a estrutura de segurança será adaptada à nova família presidencial.

Depois de lembrar que Bolsonaro ainda sofre restrições por conta do atentado de que foi alvo em setembro, Etchegoyen salientou que a "sugestão já repassada à equipe do novo governo é que a segurança do presidente Bolsonaro tenha alguns cuidados a mais" e "muito mais cautela". Apesar de confirmar o reforço, o general Etchegoyen não quis falar sobre número de militares que estarão trabalhando na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Congresso e Palácio do Planalto. "Podemos assegurar que a segurança será absoluta", avisou.

Família. Por conta do tamanho da família do presidente eleito e da existência, agora, de um vice-presidente da República, o ministro Etchegoyen reiterou que haverá aumento do contingente envolvido na segurança presidencial, mas não revelou o número de pessoas. Como três filhos de Bolsonaro são parlamentares - Eduardo foi eleito deputado federal, Flávio assumirá uma vaga no Senado e Carlos terá um mandato de vereador -, Etchegoyen pediu ao Congresso e à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro que assumam a segurança nesses casos.

"Mandei um ofício, ao Rio e ao Congresso, sugerindo que eles assumam a segurança dos que são parlamentares", afirmou o ministro, justificando que poderia haver questionamento de um agente do GSI, do Poder Executivo, acompanhando uma reunião parlamentar ou no plenário, por exemplo, para oferecer segurança àquele filho do presidente.

"Tanto o nosso Congresso, quanto Câmara dos Vereadores do Rio têm estrutura de segurança. Então, a nossa sugestão, em respeito à separação e autonomia dos Poderes é que, apesar de serem filhos do presidente, os Poderes a que eles pertençam respondam pela segurança deles", declarou o ministro, ressalvando ainda que existem algumas interpretações jurídicas para esses casos, que ainda estão sendo esclarecidas. Nenhum dos órgãos, de acordo com o ministro, havia respondido às demandas do GSI até esta terça-feira.(Tânia Monteiro e Julia Lindner)
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