Política
13/03/2024 14:39

IDH do País volta a subir; ONU diz que 'polarização política' global atrapalha desenvolvimento


Por Roberta Jansen, do Estadão

Rio, 13/03/2024 - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil aumentou, passando de 0,754 para 0,760, patamar considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), responsável pela divulgação do indicador. Os novos dados foram apresentados nesta quarta-feira, 13. A organização aponta que há recuperação global após a crise da covid-19, mas ainda de forma desigual e impactada pela “polarização política”.

O IDH varia de 0 a 1. Quanto mais próximo o índice estiver de 1, melhor a pontuação do país. Antes da pandemia, o IDH do Brasil chegou a 0,766, mas houve queda diante dos impactos socioeconômicos da pandemia. Agora, o patamar voltou a subir, sobretudo por conta do aumento da expectativa de vida.

Ainda assim, o País caiu duas posições no ranking global de desenvolvimento da ONU, passando de 87º, em 2021, para 89º, em 2022, dado mais recente disponível e último da gestão Jair Bolsonaro (PL).

O Brasil fica à frente de outros países sul-americanos, como Colômbia e Equador, mas atrás de vizinhos como Uruguai e Argentina.

A média do indicador na América Latina é de 0,763, ligeiramente acima do brasileiro. O ranking é liderado por Suíça, Noruega e Islândia. Os EUA aparecem na 20ª colocação, enquanto a China em 75ª e a Índia, em 134º.

O IDH é uma medida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. A escala vai de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo o índice estiver de 1, melhor é a qualidade de vida naquela nação.

Veja os primeiros do ranking:

1. Suíça, com 0,967

2. Noruega, com 0,966

3. Islândia, com 0,959

4. Hong Kong, China, com 0,956

5. Dinamarca, com 0,952

5. Suécia, com 0,952

7. Alemanha, com 0,950

7. Irlanda, com 0,950

9. Singapura, com 0,949

10. Austrália, com 0,946

10. Holanda, com 0,946

12. Bélgica, com 0,942

12. Finlândia, com 0,942

12. Liechtenstein, com 0,942

15. Reino Unido, com 0.940

Divulgado desde 1990, o relatório anual é uma das principais e mais influentes publicações da ONU. As Nações Unidas destacam recuperação no período pós-pandemia, mas anda de modo muito desigual.

Uma das conclusões mais surpreendentes do novo relatório é que os países mais ricos registram níveis recorde de desenvolvimento humano, enquanto a metade mais pobre do planeta avança a uma taxa inferior à antes da pandemia.

“Todos os anos, alguns países diferentes apresentam quedas nos respectivos valores de IDH, no entanto, 90% dos países viram o seu valor de IDH cair quer em 2020 quer em 2021, excedendo largamente o verificado na sequência da crise financeira mundial”, afirma o documento.

“O ano passado assistiu a alguma recuperação a nível mundial, mas foi parcial e desigual: a maioria dos países com IDH muito elevado registrou melhorias, enquanto a maioria dos restantes registrou declínios contínuos”, continua a entidade.

A organização também alerta para os efeitos da crise climática, que tem se acelerado. Além dos efeitos de aumento de temperatura e perda de biodiversidade, a ONU alerta que o aquecimento global pode “alterar o padrão de exposição a doenças e infecções à medida que as temperaturas mais quentes alteram a gama de insetos portadores de doenças”. O Brasil, nas últimas semanas, tem sofrido com a escalada das infecções por dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
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