Por Giordanna Neves
São Paulo, 10/05/2022 - Caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não resolva o impasse em torno da vaga ao Senado na chapa majoritária em Minas Gerais, o senador Alexandre Silveira (PSD) pode assumir a liderança do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado. De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast Político, se Lula recuar e acolher o nome de Silveira na corrida à Casa, o senador ficaria impedido de aceitar o convite.
Hoje, o maior empecilho para a concretização de aliança entre o PT e PSD em Minas, em torno da pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo, é a disputa pela vaga ao Senado. Enquanto ala petista defende a indicação do deputado federal Reginaldo Lopes (PT) na corrida pelo Congresso, o PSD insiste na reeleição do senador Alexandre Silveira, presidente do partido em Minas.
Nos bastidores, avalia-se que Lula descumpriu o acordo definido com PSD ao lançar a pré-candidatura de Reginaldo ao Senado, o que abriu portas a Silveira em aceitar o convite de se tornar vice-líder do Governo. “O fiel da balança é Alexandre Silveira”, disse uma fonte ao Broadcast Político.
Ontem (9), Lula participou de um evento em Belo Horizonte para o lançamento da sua pré-candidatura no Estado. Durante seu discurso, o petista evitou acenos diretos a Reginaldo, o que foi visto, de acordo com lideranças em Minas, como sinalização de que existe a possibilidade do PT não indicar nem senador na disputa mineira.
Histórico
Em meados de janeiro, Silveira, que é braço direito do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu o convite para assumir a liderança do governo no Senado, mas recusou. Silveira tomou posse como senador no lugar de Antônio Anastasia (PSD-MG), que deixou o Congresso para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU).
Bolsonaro estava sem líder no Senado desde dezembro, quando o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) abandonou a função após perder a disputa por uma vaga no TCU. Após recusa de Silveira, o senador Carlos Viana (PL-MG) foi convidado para a vaga, mas a decisão não foi efetivada.
“Não houve comunicação oficial sobre isso com ele, o governo não deu nenhuma informação do porquê. O senador ainda está disponível para assumir se for do interesse do governo”, disse a assessoria de Viana ao Broadcast Político.
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