Por Anne Warth
Brasília, 28/01/2021 - O presidente Jair Bolsonaro desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão, que sinalizou ontem (27) que o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pode deixar o governo depois da eleição da presidência da Câmara e do Senado, em 1º de fevereiro. Sem citar Mourão, Bolsonaro lamentou que membros do próprio governo deem “palpites” sobre a equipe de ministros, cuja escolha cabe a ele.
“Não estou sabendo, não. Tem que perguntar para ele (Mourão). Mas obrigada pela pergunta. Quem troca ministro é o presidente da República, tá certo. Agora, é difícil governar o Brasil. Não é fácil, mas tudo bem. Não vou responder essa pergunta, não”, afirmou, a apoiadores que o esperavam na chegada ao Palácio da Alvorada e perguntaram se era verdade que Araújo seria demitido.
“O vice falou que eu estou para trocar o chefe do Itamaraty. Quero deixar bem clara uma coisa. Tenho 22 ministros efetivos e um que é interino. Aí que nós podemos ter um nome diferente ou efetivação do atual. Nada mais além disso”, disse.
Depois de uma oração feita por apoiadores, Bolsonaro retomou o assunto e voltou a criticar Mourão. “Lamento que gente do próprio governo agora passe a dar palpites no tocante a troca de ministros”, disse. “E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros sou eu que escolho e mais ninguém e ponto final. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022 e boa sorte em 2023.”
Para Bolsonaro, “o governo vai indo bem, apesar dos problemas que nós temos da pandemia, que realmente deu uma atrapalhada em quase tudo”. “Não fiquem especulando porque isso só traz inquietações internas e leva incertezas para a população. O que nós menos precisamos é de palpiteiros na formação do tocante a formação do meu ministério.”
