Política
21/09/2020 16:31

Huck fala em desejo de ‘liderar uma geração’ na política; ‘Estou aqui’, diz sobre 2022


Por Matheus Lar

São Paulo, 21/09/2020 - O apresentador da TV Globo Luciano Huck, cotado para disputar a Presidência em 2022, afirmou nesta segunda-feira (21) que quer "mobilizar, liderar e fomentar uma geração". Huck participou de uma reunião do Conselho Político e Social (Cops) da Associação Comercial de São Paulo (ACPS).

Ele foi perguntado por um integrante do Cops se “tem coragem” de ser candidato a presidente. “Estou aqui”, respondeu, antes de afirmar que, por enquanto, se vê como “cidadão ativo” e dizer que atua sem intenções de poder. “Eu quero mobilizar, liderar, fomentar uma geração para que a gente participe ativamente das transformações que o Brasil precisa. Ninguém vai entregar isso de graça para a gente”, disse, em relação a desigualdades sociais.

“Sobre a questão da coragem (de se candidatar a presidente), estou aqui, não é? Estou aqui conversando sobre temas que não são óbvios para mim, como energia, reformas. Tenho estômago para ouvir opiniões diversas, para estar em cena num momento tão delicado do País. Neste momento, estou sentado aqui como cidadão ativo, que está no debate público.”

Huck evitou falar diretamente da próxima eleição presidencial e pediu foco aos temas das cidades em função do pleito de 2020. “(Não quero) personificar ou ‘fulanizar’, em mim ou outra pessoa, um debate eleitoral majoritário que não está em voga neste momento. Isso mais atrapalha que ajuda, e Brasil afora tem gente mais preocupada com a eleição (de 2022) do que em atender às necessidades das pessoas. Temos neste ano um ciclo eleitoral nas cidades e a política começa nas cidades.”

Entusiasta de movimentos de renovação e formação política como o RenovaBR e o Agora!, o apresentador da TV Globo disse que o caminho para melhorar a situação do País está na política. “Só o Estado, que é gerido pela política, tem o poder exponencial de transformação. A política é gerida pelos políticos. Acho importante esta convocação geracional, atrair o que tem de melhor na sociedade civil para chegar perto da política.”

Huck afirmou que vê o Brasil sem líderes que promovam o debate. “A demonização da política e a não harmonia entre Poderes estão ligadas à questão da liderança. (É preciso) uma liderança que concilie e dialogue, e não que assopre brasa com discursos sectários. Precisamos retomar o diálogo.”

A participação do apresentador de TV no encontro do Cops estava marcada para ocorrer em março, mas foi adiada por causa da covid-19. Huck também declarou que o Brasil deveria se tornar uma Nação agroindustrial sustentável, ao aliar o potencial da agronegócio à preservação ambiental. De acordo com Huck, essa é uma forma de atrair investimentos e transformar o País numa “potência verde”.

“O mundo quer investir em economias limpas”, acredita. “É uma oportunidade de ouro com o nosso potencial. Precisamos de lideranças que enxerguem com clareza essa oportunidade. O que tem prevalecido nos últimos anos é a visão que endossa o extrativismo predador. A aceleração do desmatamento, a não importância (dada) às queimadas como não as estivéssemos vendo. Essa é a década da bioeconomia, com floresta em pé.”

O apresentador acha convergências entre bandeiras do agronegócio e do ativismo ambiental. “Converso com os dois lados e encontro pontos em comum”, admitiu, sem dar exemplos. “Dá para romper com o litígio. Precisamos romper radicalmente com o debate raso, o litígio entre agricultura e meio ambiente, produção e sustentabilidade.”
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Político e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso