Genebra, 12/09/2018 - Apesar de o PT substituir Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2018, a defesa do ex-presidente vai continuar fazendo campanha no exterior nesta semana.
Nesta quinta-feira, em Genebra, a imprensa internacional foi convocada para uma coletiva. Com o título de "Eleição presidencial brasileira, Direitos Humanos e Estado de direito", o encontro com os jornalistas contará com Valeska Teixeira Zanin Martins e Cristiano Zanin Martins, advogados de Lula.
Mas o evento também terá a presença dos advogados franceses, William Bourdon e Amelie Lefebre. Bourdon se transformou em um ativista de direitos humanos nos últimos anos e tem lidado com casos envolvendo a África.
De acordo com a imprensa francesa, seu escritório ainda defende o ex-presidente da Uefa, Michel Platini, diante da Corte Europeia de Direitos Humanos. Platini foi suspenso do futebol até 2019, depois de um escândalo envolvendo pagamentos suspeitos que recebeu da Fifa. Ele insiste ser inocente.
O evento ainda contará com o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro e Darci Frigo, da entidade Terra de Direitos.
Na sexta-feira, o grupo ainda realizará um evento dentro do prédio da ONU, às margens do Conselho de Direitos Humanos da entidade. O evento é organizado por ONGs e não se trata de uma reunião oficial das Nações Unidas e nem promovida pelo órgão internacional.
No início da semana, outro órgão ligado à ONU, o Comitê de Direitos Humanos, reforçou em uma carta ao Itamaraty que o Brasil tem o dever de cumpriu sua determinação de garantir os direitos políticos do ex-presidente. Em meados de agosto, o Comitê de Direitos Humanos da ONU havia concedido medidas cautelares e solicitado às autoridades brasileiras que mantivessem os direitos políticos de Lula até que seu caso fosse avaliado pelo Supremo Tribunal Federal.
O governo brasileiro deixou claro, desde o início, que considerava a decisão do Comitê como sendo apenas uma recomendação, sem poder vinculante.
Uma vez mais, porém, o órgão formado por 18 peritos independentes não entrou no mérito do caso do ex-presidente e não determinou se ele é inocente ou culpado. Isso, de acordo com a entidade, apenas entrará na pauta em 2019.
Na terça-feira, 11, a Executiva Nacional do PT confirmou o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como o candidato do partido à Presidência da República e Manuela D'Ávila (PCdoB) como vice na chapa. Haddad vai substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Lima. (Jamil Chade)
