Política
12/12/2017 20:51

MPF e Transparência Internacional se unem para uso social de R$ 2,3 bi da leniência da J&F


Brasília, 12/12/2017 - O Ministério Público Federal no Distrito Federal assinou um memorando, nesta terça-feira, com a J&F e com a Transparência Internacional para assumir um cronograma de trabalho e diretrizes para o investimento de parte da multa da leniência da empresa em projetos sociais de combate à corrupção.

Nos próximos 60 dias, empresa, procuradores e integrantes da Transparência Internacional irão elaborar um plano para detalhar as atividades. Em junho, no acordo de leniência celebrado com o MPF, a J&F - holding responsável pela JBS, Eldorado e outras - assumiu compromisso de pagar R$ 10,3 bilhões de multa em razão dos crimes cometidos e revelados aos investigadores.

Os procuradores estipularam que R$ 2,3 bilhões do total serão destinados ao financiamento de projetos sociais. A previsão é inédita no Brasil, segundo o Ministério Público. A intenção é que a J&F faça a reparação de danos sociais gerados aos brasileiros, com investimentos na área de prevenção e controle social da corrupção.

A TI vai monitorar o desembolso para as organizações que forem escolhidas para executar os programas sociais, durante os dois primeiros anos. Caberá também à instituição, entre outras coisas, auxiliar na seleção dos projetos sociais e capacitar organizações para receber os investimentos.

Os procuradores que assinaram o memorando integram as forças-tarefa das operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono e Carne Fraca - que atingiram a holding J&F e levaram os executivos do grupo a buscar um acordo de delação e a leniência para a empresa. Em 2014, a Transparência Internacional firmou um acordo de cooperação com o MPF para compartilhar conhecimento sobre áreas de prevenção de corrupção e transparência pública.

O organismo se colocou à disposição para auxiliar gratuitamente no caso da J&F e chegou a enviar um ofício ao ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quem manifestou apoio à participação da TI e indicou os procuradores da primeira instância no DF, responsáveis pela leniência da empresa, para conduzirem o caso. (Beatriz Bulla e Fabio Serapião)
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