São Paulo, 08/09/2020 - O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira (8) que a previsão é começar a vacinar a população brasileira contra a covid-19 em janeiro. Em reunião ministerial no Palácio do Planalto, Pazuello respondeu a pergunta da youtuber mirim Esther, escalada pelo presidente Jair Bolsonaro para questionar os ministros, em tom de descontração, durante parte do encontro. "Vai ter vacina para todo mundo e remédio ou não vai?", perguntou Esther, ao repetir questão ditada por Bolsonaro.
"Esse é o plano. A gente está fazendo os contatos com quem fabrica a vacina e a previsão é que chegue para a gente em janeiro. Janeiro a gente começa a vacinar todo mundo", respondeu o ministro da Saúde. Para a substância desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, com a empresa biofarmacêutica global AstraZeneca, o governo federal acertou um protocolo de intenções que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses até o fim de 2020, e conclui as negociações para o pagamento e a assinatura de um acordo final que incluirá também a transferência de tecnologia para produção nacional, que deverá ser conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Caso o imunizante tenha a eficácia comprovada, a previsão do ministério da Saúde é produzir, inicialmente, cem milhões de dosagens a partir de insumos importados. A produção integral da vacina no Bio-Manguinhos Instituto de Tecnologia em Imunológicos, da Fiocruz, no Rio, deve começar em abril.
Outros países também têm apresentado estudos para a produção da vacina, como Rússia e China, e integrantes do ministério já disseram que podem também negociar caso alguma delas se mostre eficaz contra o novo coronavírus. Na reunião no Planalto, a garantia de uma imunização em janeiro foi citada ainda pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. "A expectativa é que o próximo verão, com a vacina, seja o maior volume de turismo da história do turismo doméstico", declarou. De acordo com Antônio, o setor "vai voltar forte".
Volta às aulas
Sem entrar em detalhes, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que as aulas nas escolas devem retornar "em breve". A decisão, contudo, depende também dos governos dos Estados, lembrou. "As aulas devem voltar em breve, assim que tiver segurança", disse. "Isso depende de cada governo também, estadual, mas logo, logo vamos ter novidades aí, viu?", afirmou.
Instituições de ensino foram obrigadas a paralisar as atividades presenciais por causa do coronavírus. Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira indicou que a suspensão das atividades escolares pela pandemia deve causar impactos na economia mundial que podem durar até o fim do século e pode levar a uma perda ao longo deste período de, na média, 1,5% na economia global. Ainda não há uma orientação oficial da pasta de Ribeiro sobre a retomada das aulas. (Redação, O Estado de S. Paulo)
