Política
10/10/2018 20:17

Ex-corregedora Eliana Calmon declara voto em Bolsonaro


Brasília, 10/10/2018 - A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon declarou hoje que vai apoiar o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno contra Fernando Haddad (PT). Eliana é filiada à Rede Sustentabilidade e votou no primeiro turno em Marina Silva.

Eliana conversou com Bolsonaro hoje por telefone. O contato foi intermediado por advogados junto ao presidente do PSL, Gustavo Bebianno. Ela fora sondada para compor a chapa de Bolsonaro como vice, mas recusou e achava o candidato "radical". No entanto, decidiu declarar voto por causa da polarização com o PT e apelos de amigos do meio jurídico. Segundo seu relato, Bolsonaro, que enfrenta resistência no eleitorado feminino, agradeceu: "Preciso muito da senhora".

A advogada, que foi corregedora nacional de Justiça, disse que não pretende participar ativamente da campanha, porque tem um calendário de palestras e compromissos de seu escritório.

A campanha pretende estreitar laços com a ministra aposentada. Ela afirmou que seu papel, como cidadã, é declarar o voto em Bolsonaro e talvez gravar alguma mensagem em vídeo, mas negou ter interesse em cargos num eventual governo.

"Estou dando um apoio de cidadania. Não quero nada, não tenho nenhum objetivo de governo. Quero esclarecer que não estou procurando cargo algum, sou ministra aposentada, tenho escritório, estou aqui como cidadã", respondeu ela, segundo contou à reportagem.

Eliana disse que pediu compromisso em duas bandeiras dela: a defesa dos direitos da mulher, de forma macro, e o combate à corrupção com o fortalecimento dos órgãos que investigam e fiscalizam o Poder Judiciário. "A senhora tem a minha promessa, isso está dentro do meu plano de governo", respondeu o candidato, ainda de acordo com a ministra.

A advogada afirma que, para ela, os direitos mais importantes da mulher são a igualdade salarial e de condições com pleno emprego e o empoderamento feminino por meio de leis e da atividade política. Ela, porém, negou que o candidato tenha se comprometido com essas questões, que não constam no plano de governo registrado pelo PSL na Justiça Eleitoral. A única menção à palavra "mulher" no programa de Bolsonaro vem numa proposta de "combater o estupro". "Ele não falou isso", relatou.

Marina. A ex-ministra disse que aguardava um sinal de Marina, de quem é amiga, sobre a posição da Rede no segundo turno, mas que a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora está "cautelosa" porque se arrependeu de declarar voto em Aécio Neves (PSDB) em 2014. (Felipe Frazão)
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