Por Natália Coelho
São Paulo, 24/09/2022 - O debate promovido neste sábado (24) pelo Estadão e outros veículos de imprensa teve como destaques a exposição da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e uma "boa atuação", embora com uso de "dados questionáveis", do presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com o cientista político Hilton Fernandes, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FespSP). A ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é outro ponto a ser destacado, segundo o cientista político.
Para o professor, os "dados questionáveis" trazidos por Bolsonaro ao debate poderão ser usados contra ele pelos outros candidatos no que ainda resta de campanha eleitoral.
Mais uma vez, segundo Fernandes, Simone Tebet foi destaque pela participação. “Simone Tebet confirmou que se sente à vontade nos debates e deve ser a mais beneficiada pela exposição. Conseguiu conciliar suas respostas com o que tem apresentado na campanha”, destacou.
Fernandes disse que a campanha de Lula pode ter avaliado estrategicamente que o custo de não ir ao debate seria menor do que eventuais desgastes que o petista teria ao participar do confronto. É provável que o ex-presidente, de acordo com o professor, não quis correr o risco de alimentar "algum fato político" capaz de mudar o cenário favorável a ele nas pesquisas eleitorais. Lula alegou outros compromissos para não comparecer.
Sobre a “dobradinha” entre Bolsonaro e o candidato Padre Kermon (PTB), Fernandes destaca que o petebista deixou claro seu apoio ao presidente e abriu uma "folga" contra os ataques dos outros candidatos ao presidente.
Em segundo plano no debate, para o professor, o candidato Ciro Gomes (PDT) repetiu críticas a Lula. "O eleitor dificilmente se sentirá motivado a votar nele por oposição a Lula, pois esse papel já está preenchido por Bolsonaro.”
Por fim, Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d’Avila (Novo), apesar de ganharem exposição, não chegam a ocupar um espaço entre as opções do eleitorado, na visão do cientista político.
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