Política
21/08/2018 12:56

Ibope/Estado/TV Globo: do eleitorado de Lula, 50% votaria ou poderia votar em Haddad


São Paulo, 21/08/2018 - Caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer ao Planalto e apoie Fernando Haddad na disputa, metade dos eleitores que declaram voto no ex-presidente diz que votaria ou poderia votar no substituto do PT. Por outro lado, 39% dos eleitores de Lula dizem que não votariam no ex-prefeito "de jeito nenhum".

Os dados fazem parte de um cruzamento da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na segunda-feira, 20. O Ibope foi a campo dos dias 17 a 19 de agosto e testou a reação dos eleitores referente ao "plano B" do PT na eleição presidencial. No questionamento feito sobre o cenário de substituição, 28% dos eleitores de Lula dizem que "com certeza" votariam em Haddad; 22% dos entrevistados declaram que poderiam votar nele; e 39% dessa parcela do eleitorado afirma que não votaria.

Somando o total de entrevistados pelo Ibope, e não apenas aqueles que declaram voto no ex-presidente, 27% dizem que votariam ou poderiam votar no ex-prefeito. Caso Lula seja impedido e apoie Haddad na eleição, 13% dos eleitores dizem que com certeza dariam seu voto ao candidato do PT e 14% afirmam que poderiam votar nele. Nesse mesmo cenário, 60% não votaria em Fernando Haddad de jeito nenhum.

Além de herdar parte dos votos de Lula, Haddad também tem potencial para tirar votos dos candidatos Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), mostra a pesquisa. Entre os eleitores de Ciro, 11% dizem que com certeza votariam em Fernando Haddad caso ele seja apoiado por Lula e 20% declaram que poderiam votar. Por outro lado, 61% do eleitorado de Ciro não votaria em Haddad de jeito nenhum.

No eleitorado de Marina, 7% dos entrevistados declaram que dariam seu voto para Fernando Haddad e 25% diz que poderiam votar. Além disso, 61% das pessoas que têm preferência pela candidata da Rede afastam qualquer possibilidade de escolher Haddad no primeiro turno da eleição.

"Os dados mostram que Haddad tem potencial para crescer ao longo da campanha, quando as pessoas souberem que Lula não será candidato, se for julgado assim, e que ele será o substituto. Isso o coloca em uma situação de disputa pelo segundo lugar com Alckmin, Marina e Ciro", comenta a diretora executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios de 17 a 19 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, considerando um intervalo de confiança de 95%. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-01665/2018.

Bolsonaro
Com 20% das intenções de voto no cenário sem Lula e 15% de eleitores declarando preferência espontaneamente por Jair Bolsonaro no primeiro turno, o candidato do PSL está com um patamar consolidado para chegar à segunda etapa da eleição, diz a diretora do Ibope. "Bolsonaro está em um patamar mais distante dos demais, e isso vem há mais de um ano. É um voto consolidado e, ao longo da campanha, os votos espontâneos e as intenções no cenário estimulado devem convergir."

Para que outros candidatos cresçam, acrescenta Márcia, os presidenciáveis precisam convencer o eleitor indeciso e aqueles que dizem querer votar em banco ou nulo, conjunto que soma 38% no cenário sem Lula. O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, que terá o maior tempo no horário eleitoral gratuito, por exemplo, deve apostar suas fichas na propaganda da televisão, aponta a especialista. "O horário eleitoral no rádio e na TV tem papel importante, vamos ter que avaliar que efeito vai trazer para a campanha de Alckmin", diz a diretora.

O quadro da eleição, acrescenta Márcia, pode mudar significativamente ao longo da campanha. "Temos visto que o eleitor sempre decide mais tarde. Essas mudanças podem se dar na última semana ou na véspera da eleição." (Daniel Weterman - daniel.weterman@estadao.com)
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Político e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso