Política
15/02/2018 11:45

Randolfe Rodrigues pede por saída de Segovia na Justiça


Brasília, 15/02/2018 - O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) entrou com uma ação na Justiça em que pede a saída de Fernando Segovia como diretor-geral da Polícia Federal (PF). O pedido foi feito nesta quarta-feira, na 22ª Vara Federal Cível da SJDF (Seção Judiciária do Distrito Federal), através de uma ação popular. O processo já foi autuado, mas ainda não tem relatoria definida.

Além de citar a recente entrevista concedida por Segovia à Reuters, pela qual o diretor indicou que a tendência é que as investigações contra o presidente Michel Temer sobre o Decreto dos Portos sejam arquivadas, o senador afirma que a nomeação por Temer e a permanência de Segovia no cargo se configuram em "ofensa à moralidade administrativa" e "desvio de finalidade".

Randolfe argumenta no pedido que Temer nomeou Segovia "sob intensa suspeição a propósito de suas intenções nessa alteração de comando" da Polícia Federal.

"Tal suspeição fundada se deu em razão de a cúpula do Governo já não disfarçar sua insatisfação com o curso das investigações da chamada Operação Lava-Jato, chegando o seu líder no Senado a manifestar a intenção de 'estancar a sangria' e de fazer 'um grande acordo nacional'", destacou o senador, se referindo as declarações ditas entre o senador Romero Jucá (MDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Sob as relações de Temer e Segovia, o senador ainda coloca que o diretor-geral da PF foi recebido algumas vezes, em "agendas não publicas" pelo presidente.

Entrevista. Sob a entrevista de Segovia à Reuters, publicada na última sexta-feira (09), Randolfe frisou que diversas associações da PF se mostraram insatisfeitas com as colocações do diretor-geral, assim como o relator do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, que intimou Segovia a dar explicações sobre as declarações.

Também sobre o episódio, o senador recordou no pedido a fala de Segovia sobre o delegado Cleyber Malta Lopes, que conduz as investigações do inquérito dos Portos. Ao responder as 50 perguntas elaboradas pela PF, Temer reclamou da "impertinência" de alguns questionamentos. Sobre isso, o diretor-geral da PF disse durante a entrevista que a corporação poderia abrir uma investigação interna para apurar a conduta do delegado, caso houvesse um pedido da presidência, o que foi considerado como "inaceitável" pelos colegas.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da PF, mas não teve resposta até o fechamento desse texto. (Amanda Pupo e Fabio Serapião)
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