Política
22/05/2018 18:37

Brasil e EUA lançam Foro Permanente de Segurança


Brasília, 22/05/2018 - Brasil e Estados Unidos lançaram hoje o Foro Permanente de Segurança entre os dois países, durante a visita ao Brasil do vice-secretário de Estado, John J. Sullivan. A visita de um graduado representante dos EUA serviu também para discutir questões regionais, como a crise na Venezuela e a desnuclearização da Península Coreana.

Sullivan foi recebido pelo secretário-geral das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão. O chanceler Aloysio Nunes encontra-se em viagem à Ásia. Segundo nota divulgada há pouco pelo Itamaraty, eles discutiram "a resposta à crise política, econômica e humanitária na Venezuela, à luz do pleito de 20 de maio que careceu de legitimidade e credibilidade." Os Estados Unidos anunciaram ontem novas sanções à Venezuela, em reação ao pleito.

O Foro, que será coordenado pelas chancelarias dos dois países, vai permitir a troca de informações entre agências de controle e inteligência para combater o narcotráfico, o tráfico de armas, os delitos cibernéticos, a lavagem de dinheiro, os crimes financeiros e o terrorismo. Ela tomará por base uma já bem sucedida experiência de cooperação em segurança usada nas Olimpíadas de 2016.

Segundo Galvão, a cooperação entre os dois países passará a responder a "necessidades reais" na área de segurança pública. Ele explicou que a ideia é dar um tratamento mais sistemático às ações na área, para canalizar de forma mais eficiente os recursos humanos e materiais do governo.

Sullivan disse esperar que medidas concretas possam ser anunciadas já na primeira reunião do Foro, que será realizada ainda em 2018, em Washington. "Os desafios de segurança estão se tornando cada vez mais complexos e internacionais, e abordá-los exige uma resposta complexa e internacional", comentou.

Pelo lado brasileiro, participaram da reunião de hoje representantes de órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Secretaria da Receita Federal, o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, além de representantes dos ministérios da Defesa, da Justiça, da Segurança Institucional e da Segurança Pública. Pelo lado americano, estavam representados os departamentos de Segurança Interna, Justiça e Defesa.

O Foro de Segurança começou a ser discutido no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Porém, o diálogo foi paralisado em 2015, depois que foi revelada a espionagem feita pelos EUA sobre a presidente e integrantes da cúpula do governo.

Além da segurança, os dois representantes de chancelaria trataram da "Agenda de 10 pontos Brasil-EUA", que contém medidas nas áreas de comércio e investimento, cooperação espacial e defesa.

O acordo de céus abertos, que permitirá aumentar o número de voos comerciais entre os dois países, também foi comentado. Segundo a nota, Galvão e Sullivan "celebraram a troca de notas que completa o processo de ratificação" do acordo. Falaram também sobre a retomada das negociações do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas. (Lu Aiko Otta)
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