Por Bibiana Borba
São Paulo, 12/05/2022 - Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado acima de 12% ao ano e após seguidas altas nos preços de gasolina e diesel, o presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu hoje que o Brasil "tem inflação, aumento de combustíveis". E emendou: "sei disso e assumo a responsabilidade".
No entanto, durante participação na abertura da 10ª edição da Feibanana, em Pariquera-Açu (SP), Bolsonaro repetiu as críticas a governadores que fecharam comércio e serviços como medidas para evitar a transmissão de covid-19 durante a pandemia e minimizou os impactos das altas dos preços no País. "Brasil é um dos países que menos estão sofrendo com a questão da inflação no mundo".
O presidente seguiu também com o discurso de que recuo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi muito menor do que o estimado - "o mundo esperava que o Brasil fosse cair 10 pontos percentuais no PIB e caiu 4 pontos percentuais" - e com elogios aos produtores rurais. "Nossa economia se manteve vigorosa porque o homem e a mulher do campo não pararam na pandemia".
Bolsonaro afirmou que quem cria emprego não é o governo federal, mas a iniciativa privada, mas que o setor público colabora com os que empregam no País. "Primeiramente, não atrapalhando quem quer produzir". Na feira agrícola no município do Vale Ribeira, região onde Bolsonaro foi criado e ainda reside parte de sua família, sobrou tempo para o presidente elogiar dois de seus ex-ministros, Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Teresa Cristina (Agricultura), ambos candidatos a cargos eletivos em 2022.
Ao final, repetiu que seu governo completa três anos e meio sem corrupção, apesar da queda de ministros após denúncias evolvendo suas pastas. A última, como mostrou o Estadão, na Educação, trouxe a queda de Milton Ribeiro em meio ao escândalo do gabinete paralelo de pastores no ministério.