São Paulo, SP--(
DINO - 16 jan, 2019) -
Cinco diretrizes capazes de diminuir as ocorrências de fraude, má conduta e corrupção, não apenas dentro de empresas, mas também nos órgãos e repartições públicas. As normas do chamado Plano de Integridade, mencionado mais de uma vez em público pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, inclui a criação, por exemplo, de canais de denúncia e políticas para evitar a retaliação contra colaboradores que delatam casos de abuso sexual, moral ou financeiro.
Com a promessa de trabalhar lado a lado a regras conhecidas de compliance e trazer boas práticas ao dia a dia de colaboradores e servidores públicos, as normas baseiam-se em mecanismos com resultados testados e, estatisticamente, comprovados. De acordo com informações do estudo global “Report to the Nations 2018”, mais de US$ 7 bilhões são perdidos anualmente em todo o mundo, apenas nas empresas da iniciativa privada, por meio de fraudes, desvios e corrupção corporativa.
Realizado anualmente pela Associação de Auditores Certificados (ACFE, na sigla em inglês) – entidade com sede nos Estados Unidos e responsável por certificar profissionais em 125 países –, a pesquisa também apontou que as perdas por má conduta de funcionários foi 50% menor nas empresas que mantém um canal de denúncias.
No caso deste último, a Diretora de Compliance da TMF Group Brasil, Vanessa Mello, indica que ele precisa coexistir com políticas capazes de garantir o anonimato e a proteção dos denunciantes. “Quando um funcionário relata um esquema fraudulento e criminoso, ele precisa ter confiança no canal de denúncias. Então os mecanismos de proteção precisam ser garantidos, de forma que a má conduta de um líder, esteja este no C-level ou em níveis gerenciais e diretivos, seja punida, sem que possa haver qualquer tipo de retaliação ou revelação da identidade dos denunciantes”, explica.
A executiva também listou abaixo as cinco diretrizes listadas no Plano de Integridade que, segundo ela, “ainda segue em fase de adoção e com caráter educativo, entre as empresas brasileiras”.
- Envolvimento da alta gestão
Para tratar de ética e corrupção é preciso instaurar na alta gestão da empresa uma cultura que exija melhores processos e utilize dispositivos legais de compliance, não apenas para elevar os padrões de condução do negócio, mas também para evitar desvios de qualquer natureza.
- Eleger um time fiscalizador
Um grupo dentro da companhia, preferencialmente liderado pelo Chief Compliance Officer, pela controladoria ou ainda pelo departamento jurídico, precisa ficar responsável por questões relacionadas à ética e integridade da atuação da empresa e de seus colaboradores. Essa equipe deve ter a autonomia e independência necessária para conduzir as investigações sem a influência de possíveis envolvidos.
- Análise de perfil e riscos
Uma avaliação criteriosa precisa ser realizada para mapear os riscos naturais do negócio, onde estão as fragilidades, os maiores riscos de ocorrência de corrupção, fraude e falha de conduta, dentro da organização.
- Regras e instrumentos reguladores
Rígidos processos precisam ser implementados para mitigar as chances de desvios. Indicado como um dos métodos mais eficientes por Vanessa Mello, “o canal de denúncias é capaz de diminuir drasticamente a má conduta, especialmente quando se trata de abuso sexual e moral na companhia. Lembrando que é comum que casos de fraudes financeiras estejam ligadas a comportamentos como o de assédio moral. No mundo, denúncias de funcionários já foram responsáveis por diminuir em até 50% as ocorrências de natureza fraudulenta dentro das empresas”.
- Monitoramento contínuo
A fiscalização é essencial para sustentar a adoção de boas práticas, porque não há como construir uma conduta de ética se não houver acompanhamento. “Isso pode ser construído com treinamento e discussões em atividades internas, com a ética e a conduta no centro de tudo, para que o tema se torne parte do dia a dia da empresa, criando condições para fomentar uma cultura zelosa e de cumprimento das regras”, conclui Vanessa Mello, Diretora de Compliance da TMF Group Brasil.
Website:
https://www.tmf-group.com/pt-br/