São Paulo, 26/10/2023 - Produtores rurais da Nova Zelândia vêm enfrentando condições econômicas “difíceis” no atual cenário de preços mais baixos das carnes e dos produtos lácteos e da silvicultura, disse o Banco Central do país. A isso se somam os desafios trazidos pelas mudanças climáticas, as elevadas despesas operacionais e o aumento dos custos de serviço da dívida, destacou a instituição financeira antes da divulgação de seu relatório de estabilidade financeira, previsto para em novembro.
Segundo o banco, o setor agrícola responde por 11% de todos os empréstimos bancários, com a maior parcela do setor de laticínios, ou cerca de 60% do total, seguido por bovinos e ovinos. "Embora a inadimplência nas carteiras de empréstimos agrícolas dos bancos esteja baixa, espera-se que o número aumente se houver um período prolongado de custos elevados e preços baixos", disse Kerry Watt, diretor de Avaliação e Estratégia de Estabilidade Financeira. Uma desaceleração nos preços das exportações e na demanda também poderia impulsionar o número de inadimplentes, acrescentou.
Outro desafio seria a queda da demanda da China pelos produtos agrícolas exportados pela Nova Zelândia. A instituição financeira destacou que o país asiático costumava comprar um terço das exportações de lácteos neozelandeses, além de 40% das exportações de carne e 60% dos produtos florestais.
Por outro lado, o banco destacou que é “encorajador” que os preços dos lácteos tenham melhorado nas recentes licitações, assim como a desalavancagem em toda a indústria ao longo dos últimos anos. Neste cenário, Watt vê que “a maioria dos agricultores está bem posicionada para enfrentar os desafios a curto prazo".
