São Paulo, 13/12/2017 - As exportações de carne de frango devem encerrar 2017 com um total de 4,319 milhões de toneladas embarcadas, estima a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o que representa uma queda de 1,48% na comparação com o volume exportado em 2016 (4,384 milhões). A nova estimativa, divulgado hoje, durante entrevista em São Paulo, frustra a expectativa da entidade de um ano atrás, quando esperava um crescimento de 3% a 5%. A queda projetada agora é atribuída à desaceleração dos embarques no primeiro semestre deste ano e à redução do volume importado por regiões como a União Europeia e o Oriente Médio, que recuaram 17% e 5%, respectivamente, no acumulado de janeiro a novembro deste ano em comparação a igual período do ano passado.
A receita com exportações de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) cresceu 5,7% em novembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 558,5 milhões, ante US$ 528,2 milhões. Em volume, houve retração de 0,8% nos embarques no mês passado, com total de 325,6 mil toneladas - em comparação com 328,2 mil toneladas em novembro do ano passado. No ano, o saldo acumulado continua positivo em 7%, com um total de US$ 6,713 bilhões obtidos entre janeiro e novembro deste ano, ante US$ 6,273 bilhões nos 11 primeiros meses de 2016. Em volume, foram embarcadas 3,999 milhões de toneladas, volume 0,56% inferior ao obtido no ano anterior, com 4,021 milhões de toneladas.
A produção brasileira de frango deverá alcançar 13,056 milhões de toneladas em 2017, o que representa alta de 1,2% ante 2016. O consumo per capita de frango deverá subir 1,8%, para 42 kg, ante 41,1 kg em 2016, segundo a ABPA. O vice-presidente e diretor de Mercados da ABPA, Ricardo Santin, informou que a participação do Brasil na exportação mundial de frango subiu de 28% de 2002 para 36% em 2017.
Para 2018, a ABPA projetou um avanço do volume exportado e da produção de 1% a 3%, respectivamente, para 14,36 milhões e 4,45 milhões de toneladas. A produção deve subir de 2% a 4% para 13,5 milhões de toneladas.
O presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, disse que após a Operação Carne Fraca, quando 77 países chegaram a embargar as exportações brasileiras, apenas três países permanecem fechados, Zimbábue, Santa Lúcia e Trinidad e Tobago, que, segundo a ABPA, importaram quantidades irrelevantes em 2016. Além disso, países elevaram seu grau de avaliação em relação aos produtos brasileiros. “Países querendo aprofundar as análises, querendo entrar nas granjas o que complica nosso projeto de sanidade”, explicou.
(Camila Turtelli - camila.turtelli@estadao.com)
