São Paulo, 01/10/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando em direções distintas nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). Traders monitoram o avanço da colheita nos Estados Unidos. Às 17h, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará o relatório semanal de acompanhamento de safra.
A soja deve abrir em alta, influenciada por compras de oportunidades. No último pregão, as cotações da oleaginosa fecharam no campo negativo, pressionadas por aumento no estoque interno. Os estoques de soja dos EUA em 1º de setembro de 2018 somavam 438,1 milhões de bushels (11,9 milhões de toneladas), aumento de 45% ante o volume de 301,6 milhões de bushels (8,2 milhões de toneladas) observado um ano antes, segundo dados do relatório trimestral do USDA, divulgado na última sexta-feira (28). A movimentação dos fundos e investidores deve seguir tendência observada pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês). No seu relatório semanal, divulgado na sexta-feira (28), a entidade revelou que os fundos de investimento diminuíram a posição vendida para 114.496, na semana encerrada em 25 de setembro, ante 127.921 da semana anterior.
O movimento altista das cotações da commodity também é influenciado pelo mau tempo no Meio-Oeste, que pode atrasar a colheita dos grãos. Conforme o serviço meteorológico DTN, eram esperadas chuvas no oeste e norte do Meio-Oeste no último fim de semana, que devem prosseguir nesta semana.
O milho também deve abrir em alta, influenciado por perspectiva de maior demanda externa pelo cereal. Nesta manhã, o governo norte-americano anunciou a revisão do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), por meio da assinatura do Acordo Estados Unidos-Canadá-México (USMCA, na sigla em inglês) que reduz as barreiras comerciais entre os países vizinhos. Nas últimas semanas, o México já vinha comprando volumes expressivos do grão produzido nos EUA. Traders acreditam que a demanda mexicana pelo cereal pode aumentar com o novo acordo comercial. Os avanços no petróleo também devem sustentar a alta das cotações do cereal, já que aumenta a competitividade do etanol.
Já o trigo deve abrir perto da estabilidade. Do lado do movimento altista, o relatório semanal da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), divulgado na sexta-feira (28), revelou que os fundos diminuíram a posição vendida para 37.993 lotes na semana encerrada em 25 de setembro, ante 37.525 lotes da semana anterior. Os ganhos no milho também podem sustentar as cotações do cereal, já que os dois são substitutos na ração animal. Em compensação, os fundamentos da commodity são baixistas com previsões de aumento na safra norte-americana e incremento nos estoques internos.
No overnight, o vencimento novembro da soja subiu 0,75 cents (0,09%), a US$ 8,4625 por bushel. O milho para dezembro subiu 2,50 cents (0,70%), a US$ 3,5875 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo operou estável, a US$ 5,0900 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
