Agronegócios
27/06/2017 12:25

BofA reduz projeção para PIB de 2017, de 1% para 0,25%, e de 2018, de 3% para 1,5%


Ribeirão Preto, 27/6/2017 - Um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar o presidente da República, Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) revisou as expectativas para o País em 2017 e 2018 e alertou que o "ruído político cresceu, elevou risco para reformas e deve afetar retomada da economia". A instituição financeira revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano de 1% para 0,25% e do próximo ano de 3% para 1,5%.

"A recente turbulência política aumentou o risco de atrasos na aprovação da Reforma da Previdência Social, um dos principais pilares em nosso cenário-base macroeconômico. Como dissemos, o otimismo para a recuperação econômica (...) e a melhora na dinâmica fiscal foram baseados no progresso da agenda de reformas. Qualquer atraso, provavelmente, afetaria indicadores de confiança e enfraqueceria a já frágil recuperação econômica", relata.

No documento, o BofA Merrill Lynch alterou as projeções de inflação para este ano, com o Índice de Preços Nacional ao Consumidor Amplo (IPCA) caindo de 4,4% para 3,9%, e estimou que a taxa básica de juros deverá encerrar 2017 em 8,25% ao ano, ante 9% na previsão anterior. O relatório aponta que a "equipe econômica forte" e as políticas adotadas até agora devem manter o cenário de inflação benigna e juros baixos até as eleições de 2018.

No entanto, a revisão no cenário incorpora os atrasos na aprovação da Reforma da Previdência e o aumento das incertezas sobre a recuperação econômica e a queda na confiança que trará, de acordo com o banco, "uma recuperação de investimento mais fraca" no País.

O BofA Merrill Lynch avalia que o cenário no curto prazo é de "deterioração fiscal". A instituição financeira revisou a estimativa de déficit no governo central de R$ 139 bilhões (2,1% do PIB) para R$ 165 bilhões em 2017 e de R$ 95 bilhões (1,3% do PIB) para R$ 135 bilhões em 2018. "A única maneira de atingir as metas (anteriormente previstas) seriam receitas não recorrentes", informou. Com a nova previsão, a dívida bruta do Brasil deve atingir quase 82% do PIB até 2018, ante 78% estimados anteriormente e uma dívida de 71,7% do PIB realizada em abril de 2017. (Gustavo Porto - gustavo.porto@estadao.com)
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