Agronegócios
10/05/2018 14:24

Terra Santa: vemos possibilidade de alta de preço do milho nos próximos meses, diz presidente


São Paulo, 10/05/2018 - Uma série de fatores sustenta a perspectiva de aumento dos preços do milho nos próximos meses, na avaliação do presidente da Terra Santa Agro, José Humberto Prata Teodoro Júnior. "Dentro do cenário atual, enxergamos boas possibilidades de preços e um mercado mais aquecido hoje. Devemos conseguir boas cotações para os 16% da produção que ainda vamos vender", disse o executivo em teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2018. Da produção esperada na safra 2017/18, 84% foi comercializada por valor médio de US$ 5,10/saca FOB, 1,2% abaixo dos US$ 5,12 obtidos no ciclo 2016/17, conforme relatório da empresa.

Dentre os fatores mencionados pelo presidente da Terra Santa está a notícia de que o governo dos Estados Unidos permitirá a venda, durante todo o ano, de gasolina com uma mistura de 15% de etanol, conhecida como E15. A maior parte do etanol produzido nos Estados Unidos tem no milho sua principal matéria-prima.

Outros fatores de sustentação dos preços são a disputa comercial entre EUA e China, que favorece as exportações brasileiras do cereal; as quebras nas lavouras de safrinha previstas especialmente para o Paraná e Mato Grosso do Sul; atraso no plantio nos Estados Unidos e, ainda, a valorização do dólar ante o real, que favorece os embarques de produto brasileiro ao exterior.

Conforme relatório da Terra Santa, o plantio de milho 2ª safra em propriedades da empresa foi realizado dentro da janela ideal para atividade. Da área total, 31,4 mil hectares receberam até 8 de março sementes de variedades de alta tecnologia, nos quais a produtividade esperada é de 135 sacas por hectare. Outros 9,8 mil hectares foram semeados até 13 de março com variedade de milho de baixa tecnologia, cujo rendimento previsto é de 75,6 sacas por hectare. Segundo a companhia, 80% das lavouras estão em fase de pendoamento e polinização. O rendimento médio esperado está em linha com o orçamento da empresa.

Dívida
Durante a teleconferência, Teodoro Júnior também destacou a "melhor" estrutura financeira da dívida da companhia. No primeiro trimestre de 2018, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado referente aos 12 meses anteriores chegou a 9,9x, ante 21,3x em igual período do ano passado.

No fim do primeiro trimestre, o endividamento bancário da Terra Santa era de R$ 800 milhões, ante R$ 791,7 milhões em igual período de 2017. A dívida em dólar representou 91,54% do total, segundo a empresa. "Vale ressaltar que a contratação de dívidas em moeda estrangeira tem um hedge natural, visto que as receitas da companhia são, em sua maioria, dolarizadas", informou a Terra Santa em release de resultados. Da dívida total, 69,6% é de longo prazo, ante 84,3% há um ano. (Clarice Couto - clarice.couto@estadao.com)
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