Agronegócios
10/02/2017 09:02

Crescimento econômico do Reino Unido fica mais equilibrado, apontam analistas locais


Londres, 10/02/2017 - O crescimento econômico do Reino Unido começa a mostrar um equilíbrio maior, de acordo com economistas locais, depois de mostrar muita resiliência no final do ano passado, mesmo após o plebiscito que decidiu pela saída do país da União Europeia, o chamado Brexit. "Os dados atuais da atividade econômica no Reino Unido somaram-se a outras evidências que sugerem que a economia manteve uma quantidade significativa de impulso no final de 2016 e implica que o crescimento está se tornando mais equilibrado", avaliou o economista para o Reino Unido da Capital Economics, Scott Bowman.

Mesmo assim, o aumento mensal de 1,1% na produção industrial em dezembro na margem ficou acima da estimativa de 0,5% feita pelo mercado financeiro e de 0,6% contida na estimativa preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre. O economista ressaltou que os setores industrial e de construção ainda fazem contribuições insignificantes para o crescimento do PIB no quarto trimestre. "Acreditamos que a expansão da atividade manufatureira será superior à de serviços pela primeira vez desde 2011", comparou Bowman. Segundo ele, enquanto o setor fabril recebe um impulso competitivo da queda da libra, o segmento de serviços ao consumidor é impactado pelo aumento da inflação.

Para o economista-chefe para o Reino Unido e Europa da IHS Global Insight, Howard Archer, uma série de boas notícias vem sendo vista para a economia local, que não se mostra apenas dependente do setor de serviços e de gastos dos consumidores. "Isto é encorajador, embora persistam incertezas sobre as perspectivas para 2017 e já haja indícios, em janeiro, de que os consumidores estão começando a controlar suas despesas com o poder de compra apertado pela inflação crescente", considerou.

Archer salientou o aumento acentuado das importações, que aponta para uma demanda interna firme, mas também reflete o aumento dos preços dos bens importados, com a alta do petróleo e das commodities, e o enfraquecimento da libra. "Isto reforça a nossa convicção de que a inflação dos preços no consumidor atingirá 3% antes do final de 2017."

Já o economista-chefe para o Reino Unido da Pantheon Macroeconomics, Samuel Tombs, destacou que cerca de um terço do aumento da produção industrial em dezembro foi impulsionado por um crescimento "enorme", de 8,3% na margem, do setor farmacêutico, que é extremamente volátil, de acordo com ele, e provavelmente irá apresentar uma reversão significativa no primeiro trimestre de 2017, afetando severamente o crescimento da produção como um todo. (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)
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