Londres, 10/02/2017 - Investimentos em projetos de longo prazo feitos no Brasil e no Canadá, que começam agora a entrar em operação, foram apontados pela Agência Internacional de Energia (AIE) hoje como um dos motivos que vão levar a uma reversão de queda para alta da produção dos países produtores da commodity que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O cartel fez um pacto no fim do ano passado para cortar a oferta do produto pelos seus membros a partir deste ano e, com isso, tentar segurar a queda dos preços da commodity que já perdurava há mais de dois anos.
De acordo com relatório divulgado há pouco pela AIE, depois de cair 800 mil barris por dia (bpd) no ano passado, a oferta de petróleo pelos países que não fazem parte da Opep deve crescer 400 mil bpd em 2017. "O crescimento será visto principalmente nas Américas, onde os preços mais altos estão alimentando o aumento dos investimentos na atividade LTO dos Estados Unidos e projetos de longo prazo são entrando em operação no Brasil e no Canadá", destacou a entidade, que, este mês, fez poucas análises sobre a oferta e a demanda pelo produto no País. LTO é a sigla em inglês para light tight oil, que é uma designação para o petróleo proveniente de hidrocarbonetos líquidos que se encontram em formações rochosas.
A AIE escreveu hoje em seu documento mensal que espera "aumentos significativos" na produção, por exemplo, no Brasil, no Canadá e nos Estados Unidos. A perspectiva da entidade é a de que a oferta combinada destes três países deve crescer a um ritmo de 750 mil barris por dia este ano. A projeção para o grupo todo é menor, porém, conforme explicou a instituição, porque foram levados em conta cortes da produção anunciados por 11 países.
Para o LTO dos EUA, os recentes aumentos na atividade de perfuração sugerem que a produção se recuperará e a previsão da AIE é um crescimento de 175 mil bpd para o ano como um todo, com a produção prevista para dezembro em 520 mil barris por dia em relação ao ano anterior. (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)
