Agronegócios
01/04/2021 08:41

Café: Cooxupé fechou 2020 com faturamento recorde de R$ 5 bilhões e recebimento de 8,1 milhões de sacas


Por Augusto Decker

São Paulo, 01/04/2021 - A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) fechou 2020 com faturamento recorde de R$ 5,03 bilhões. O recebimento dos cooperados também é o maior já registrado, de 8,1 milhões de sacas, sendo 6,6 milhões entregues pelos cooperados. Além das premiações de programas de certificação, qualidade do café e de restituição de capital, os cooperados receberão R$ 107 milhões no ano de 2021, referentes às sobras geradas pelo resultado de 2020, que ficou em R$ 325,1 milhões. O balanço do ano passado foi anunciado ontem (31) em assembleia geral ordinária. Os embarques totalizaram 5,9 milhões de sacas para o mercado interno e internacional, sendo 4,9 milhões exportadas para 50 países.

"O recebimento recorde se deve à confiança do cooperado", afirmou o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo. "Já o faturamento se deve à combinação de volume recorde e preços. Houve uma alta nas cotações em 2020 que proporcionou maior participação no mercado para o produtor da cooperativa."

Segundo o executivo, a companhia não deve repetir em 2021 os resultados do ano passado por causa da quebra de safra esperada para o Brasil. Mas ele disse que os resultados devem ser positivos mesmo assim. "No ano que vem nós devemos ter redução anual de mais de 30% na safra, o que afeta o faturamento e o resultado da cooperativa", afirmou. A expectativa para recebimento este ano é de cerca de 5,9 milhões de sacas.

Em relação aos preços, a perspectiva é de estabilidade. "Não achamos que esses preços atuais devem cair. Não temos café, não temos estoques, e o mundo tem demandado a bebida", disse Melo.

Conforme a Cooxupé, o café recebido pela cooperativa em 2020 representou 17% da produção de café arábica do Brasil e 24% da produção do arábica em Minas Gerais.

Contêineres - A Cooxupé considera que faltam contêineres para exportar café. "A safra deste ano será menor, mas ainda há muito café do ano passado para ser exportado. E estamos com problemas neste momento porque faltam contêineres para exportar", afirmou Rodrigues de Melo. "Os contêineres estão atracados na China e na costa americana, e isso tem atrasado os nossos embarques."

De acordo com Melo, o problema começou a ser observado há pouco tempo. "Isso começa a sobretaxar o transporte marítimo. O cobrador cobra mais caro porque não tem contêiner, não tem transporte. Está começando a acontecer", disse. "Torço para que isso se resolva rapidamente, mas não sabemos. A demanda global por café continua."

O executivo se disse satisfeito porque, no ano passado, mesmo com a covid-19, os portos funcionaram dentro da normalidade. "Com isso, Brasil teve a maior exportação de café da história, 44 milhões de sacas."
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