Agronegócios
23/11/2017 11:25

FGV/Picchetti: IPC-S indica que combustível pode limitar impacto de alívio de alimentos no IPCA


São Paulo, 23/11/2017 - A aceleração nos preços dos combustíveis pode pesar sobre a expectativa de arrefecimento da inflação fechada de novembro e até impedir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechar aquém de 3%. A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.

No IPC-S da terceira quadrissemana (últimos 30 dias terminados ontem, 22), ele ressaltou o encarecimento dos combustíveis e a redução no ritmo de queda de alguns itens alimentícios. Com isso, diz, o IPCA pode não ter tanta descompressão quanto o IPCA-15. Isso porque o IPC-S da terceira leitura do mês está à frente do IPCA-15, cuja coleta, em geral, é do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência. "No IPC-S, os alimentos continuaram caindo, mas esse efeito de queda não foi plenamente compensado por combustíveis. Pode ser que a história seja assim no IPCA fechado", avalia.

"Não sei o quanto do visto no IPC-S entrará no IPCA, mas combustíveis podem pesar mais do que influenciou o IPCA-15 de hoje", afirma. Nesse sentido, adianta que a projeção de 0,25% para o IPC-S fechado de novembro tem viés de alta.

Na terceira quadrissemana de novembro, o IPC-S acelerou a 0,32%, na comparação com 0,30% na anterior. Segundo Picchetti, a taxa dos combustíveis passou de 1,61% para 2,45%, com a gasolina ficando 2,51% mais cara (1,63%) e o etanol, 2,66% (ante 1,78%). "Na ponta, a gasolina já está 3,5% mais elevada, enquanto o etanol tem alta de 3,8", diz, ao citar pesquisas recentes.

Além dos combustíveis, Picchetti ressalta que alguns alimentos não estão caindo mais de forma tão intensa. Ele citou como exemplo o tomate, que caiu 13,41% na terceira quadrissemana, mas levantamentos recentes mostram redução do recuo para 9%. Além disso, a parte de laticínios que caiu 1,67% na primeira leitura, cedeu 1,08% na seguinte. "As frutas estão subindo e aceleraram a alta, de 0,74% para 1,46%. Ou seja, Alimentação está ajudando, mas o grupo ainda deve fechar o mês com deflação, diz. (Maria Regina Silva - maria.regina@estadao.com)
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