Por Clarice Couto
São Paulo, 03/02/2021 - Empresas produtoras de sementes de trigo já relatam demanda por sementes do cereal, segundo informações da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem) divulgadas pela Embrapa. "Estamos vendo uma antecipação no mercado de sementes. A procura pelo trigo, que antes acontecia em março, neste ano começou em janeiro", contou no comunicado o diretor executivo da Apasem, Jhony Möller, na nota da Embrapa.
No Paraná, maior produtor de trigo nas últimas safras, produtores aguardam a colheita da soja para decidir se investem no trigo ou optam pelo plantio tardio do milho safrinha. No Rio Grande do Sul, mais de 89 mil hectares foram aprovados neste ano para produzir sementes de trigo, área 18% maior que na safra passada, conforme dados do Sistema de Gestão da Fiscalização do Ministério da Agricultura (Sigef) reportados pela Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado (Apassul) no comunicado da Embrapa.
"Estes números demonstram o sentimento do produtor de sementes para incrementar o trigo no portfólio. Mesmo que nem toda a produção de sementes seja comercializada, certamente o mercado está aquecido, principalmente em função dos preços que tornam o trigo uma opção rentável, além das vantagens no sistema de produção", comentou o diretor administrativo da Apassul, Jean Cirino.
A Embrapa lembrou que na última safra a área de trigo cresceu 14,8% no Brasil ante o ano anterior e que a produtividade foi 5,4% maior. O preço favoreceu a triticultura, com alta constante ao longo de 2020, fechando o ano próximo de R$ 70/saca. As sementes também se valorizaram, ainda que menos que o cereal: conforme números do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, enquanto os preços recebidos pelo produtor de trigo no Estado subiram 30,5% de janeiro a novembro os de sementes aumentaram 16% no mesmo período.
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