Agronegócios
10/05/2021 08:28

M. Dias Branco registra lucro líquido de R$ 15 milhões no 1TRI21, queda de 89,1% ante 1TRI20


Por Isadora Duarte

São Paulo, 10/05/2021 - A fabricante de alimentos M.Dias Branco apresentou lucro líquido de R$ 15 milhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa queda de 89,1% na comparação com igual período de 2020, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 137,0 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 47,4 milhões, recuo de 79,3% frente aos R$ 228,5 milhões do primeiro trimestre do ano passado. A margem Ebitda ficou em 3,2%, ante 14% de um ano antes, retração de 10,8 pontos porcentuais. A alavancagem da empresa (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 0,5 vez, ante 0,7 vez reportada em igual período do ano passado.

A receita líquida recuou 8,9% na mesma base comparativa, alcançando R$ 1,491 bilhão ante R$ 1,636 bilhão do primeiro trimestre de 2020. Do montante total, R$ 41,8 milhões vieram da receita com vendas externas - alta de 112,3% na comparação anual. A variação negativa da receita é atribuída pela companhia ao recuo no volume vendido, em virtude do aumento de 21,9% no preço médio dos produtos na comparação anual dos trimestres. “O reajuste médio de 10% realizado em janeiro foi recebido com forte resistência pelo mercado, pressionando os volumes até o fim de fevereiro”, destacou a M. Dias em comunicado divulgado à imprensa e aos investidores.

A empresa afirmou, ainda, que os reajustes de preço de farinha e farelo de trigo e margarinas e gorduras compensaram a retração dos volumes. “O mesmo ainda não ocorreu em biscoitos e massas, resultado da retração dos volumes nos meses de janeiro e fevereiro, quando alteramos as tabelas de preços”, disse. Por região, a maior queda foi observada pela empresa nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com queda de 16,8% nas vendas líquidas.

O resultado da M. Dias Branco veio em linha com o obtido no quarto trimestre do ano passado, quando o lucro líquido apresentou queda e a receita teve leve variação positiva. A companhia, assim como outras empresas do setor de alimentos, teve o desempenho no ano passado impulsionado, em parte, pelo aumento na demanda doméstica por seus produtos, uma vez que as medidas de isolamento social resultaram no fechamento de food service e exigiram mais refeições em casa. Com a reabertura da economia e a interrupção do auxílio emergencial, contudo, o desempenho do setor se arrefeceu diante da retração no consumo de produtos derivados de farinha de trigo.

Em comunicado, a M. Dias aponta que seus resultados trimestrais foram afetados negativamente pelo efeito da queda dos volumes, pela elevação dos custos dos insumos cotados em dólar - especialmente de trigo, óleos e açúcar - e pela desvalorização de 22,8% do real ante a moeda norte-americana no período. “Como resultado direto da combinação da desvalorização do real frente ao dólar e do aumento dos preços do trigo e óleo de palma em dólares, houve um aumento expressivo dos custos dos produtos vendidos em relação à receita líquida”, ressalta a empresa.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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