Agronegócios
29/08/2018 12:15

Santander:recursos para produção estarão disponíveis em setembro, mas devem ser tomados em 2019


São Paulo, 29/08/2018 - Os US$ 50 milhões oferecidos pelo Santander, pela Bunge e o The Nature Conservancy (TNC) para aquisição e desenvolvimento de terras abertas no Cerrado destinadas à produção de soja estarão disponíveis para produtores a partir de setembro, segundo o diretor de Agronegócios do Santander, Carlos Aguiar. Ele ressalvou, no entanto, que, como os recursos só são liberados após análise das propostas dos produtores, que precisam encontrar a terra que cumpra os requisitos ambientais, a estimativa é de que isso só aconteça no meio do ano que vem. O banco não informou quando espera que a iniciativa ganhe escala. "Primeiro vamos identificar os produtores que participarão deste projeto. Acreditamos que até o fim do ano os 3 a 5 agricultores terão sido selecionados e até o meio do ano que vem todos os recursos já terão sido liberados”, disse Karine Bueno, superintendente executiva de Sustentabilidade do Santander.

Dentro da parceria, a Bunge participará também identificando produtores que já são seus fornecedores de soja e cumpram os requisitos para acessar os recursos. “Os agricultores qualificados são os que já têm um histórico de relacionamento com a Bunge. A empresa vai ajudar a fazer o monitoramento, conforme os protocolos estabelecidos pela TNC”, afirmou o diretor global de Sustentabilidade da Bunge, Michael Santos, que da sede da companhia nos Estados Unidos, na região de Nova York, participou do evento por meio de teleconferência.

O diretor executivo da TNC, Antonio Werneck, comentou que mais de 25 milhões de hectares de terras desmatadas no Cerrado estão aptas para a expansão da produção de soja. A organização, juntamente com a Bunge, utilizará uma ferramenta online chamada Agroideal, que identifica áreas degradadas que podem ser recuperadas para a produção de soja e também as que não devem ser utilizadas para a atividade agrícola.

Aguiar explicou que, nos últimos anos, apesar dos incentivos aos produtores a não desmatar e cultivar soja em áreas já abertas e degradadas, eles não contavam no mercado brasileiro com ferramentas de crédito para isso. “Hoje, as linhas de longo prazo para os produtores rurais servem, no máximo, para comprar equipamentos. Não há uma linha de longo prazo para adquirir terras”, disse o executivo. Segundo ele, é necessário expandir a área plantada para aumentar a produção, e não necessariamente essa expansão vem ocorrendo em áreas degradadas. Werneck, da TNC, lembrou que “hoje, o produtor normalmente usa recursos próprios para comprar a terra”. (Clarice Couto - clarice.couto@estadao.com)
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