Agronegócios
20/04/2018 17:10

Frango/UE: CNA cobra ações rápidas do governo brasileiro contra suspensão das exportações


São Paulo, 20/04/2018 - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota há pouco criticando a decisão tomada ontem pela União Europeia, de suspender as exportações de carne de frango ao bloco de 20 indústrias brasileiras. Além disso, cobra "ações rápidas" do governo brasileiro para minimizar os já enormes danos causados aos avicultores - um total de 130 mil famílias dedicadas à atividade no Brasil. A CNA argumentou, ainda, que é "imperativo" rever a relação bilateral com a União Europeia. "Decisões arbitrárias como a em questão podem prejudicar a continuidade das negociações de um possível acordo de livre comércio com o bloco. Não há confiança num parceiro que cria normas sanitárias para disfarçar barreiras ao comércio", escreveu a entidade, que apoiou, também, a proposta feita ontem pelo Ministério da Agricultura, de o Brasil abrir um contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra práticas ligadas ao setor de carnes do Brasil e adotadas pelo bloco europeu.

Segue a nota na íntegra:

Nota de repúdio: suspensão da União Europeia à carne de frango brasileira
"Frente à decisão tomada ontem (19) pelo bloco europeu de embargar 20 plantas exportadoras de carne de frango brasileira, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil manifesta indignação pela arbitrariedade da medida e cobra ações rápidas do governo brasileiro para minimizar os já enormes danos causados aos nossos avicultores.

130 mil famílias de produtores rurais dedicam suas vidas à produção nacional de carne de frango, a mais consumida no nosso país. O Brasil é o segundo maior produtor e o primeiro exportador mundial do produto, atividade que gera 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos para a nossa economia, e que supre os lares de bilhões de consumidores em todo o planeta.

É o único grande produtor global de aves que nunca reportou casos influenza aviária. Essa realidade demonstra a excelência dos controles sanitários aplicados pelos produtores brasileiros. Por outro lado, nossos concorrentes, como a própria União Europeia e os Estados Unidos, enfrentam dificuldades para manter o mesmo padrão de sanidade animal.

Hoje, devido à qualidade do nosso produto, exportamos para mais de 160 países. Só para se ter uma ideia da importância comercial do setor, a carne de frango é o sexto principal produto da nossa balança comercial.
Com a suspensão, esse cenário está ameaçado. É preciso atuar em várias frentes para reduzir o impacto para as famílias envolvidas na cadeia de produção avícola. Em primeiro plano, o governo brasileiro precisa agir de forma enérgica para garantir uma comunicação eficiente a todos os demais parceiros comerciais, explicando os motivos discriminatórios da suspensão europeia e garantindo a qualidade dos produtos brasileiros.

Paralelamente, torna-se imperativo rever a relação bilateral com a União Europeia. Decisões arbitrárias como a em questão podem prejudicar a continuidade das negociações de um possível acordo de livre comércio com o bloco. Não há confiança num parceiro que cria normas sanitárias para disfarçar barreiras ao comércio. Já sabemos que a prática é comum na União Europeia e atinge diversos produtos brasileiros, como carne suína e laticínios. Essa posição diferenciada da União Europeia apenas com os produtos agropecuários do Brasil não pode continuar regendo o relacionamento comercial. Por isso, apoiamos a decisão de abrir contencioso contra o bloco europeu, que deverá responder mais uma vez por suas práticas discriminatórias perante a Organização Mundial do Comércio (OMC).

O produtor sabe que temos capacidade para vender carne de frango para qualquer mercado internacional. É imperativo neste momento que o resto do mundo também tenha essa certeza.

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil"
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