Agronegócios
07/07/2021 08:34

Açúcar/OCDE-FAO: consumo deve subir até 2030, especialmente na Ásia; Brasil e Índia devem elevar produção


Por Augusto Decker

São Paulo, 07/07/2021 - A produção global de cana-de-açúcar e beterraba açucareira deve subir até 2030 - presumindo que as condições climáticas continuem normais -, principalmente em decorrência do aumento da oferta nos dois principais produtores, Brasil e Índia, segundo relatório de perspectiva agrícola da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

As entidades esperam que, em 2030, esses dois países representem, respectivamente, 21% e 18% da oferta global de açúcar, com crescimento de 5,8 milhões de toneladas do Brasil e de 5,1 milhões de toneladas da Índia. A Tailândia, outra importante produtora e exportadora do adoçante, deve ter incremento de 3,2 milhões de toneladas. O relatório destaca, entretanto, que na próxima década "o uso da safra de cana para a produção de etanol - o outro subproduto principal - continuará sendo um desafio para a produção de açúcar".

O consumo global do adoçante também deve aumentar até 2030, diz o boletim, "como resultado de ganhos na renda e de urbanização em países em desenvolvimento". Mais da metade do aumento da demanda no período é projetada para a Ásia. A África também deve consumir mais o adoçante, mas principalmente em decorrência do aumento da população, mas os níveis ainda devem ficar bem abaixo dos da Ásia. Em países desenvolvidos, o consumo não deve crescer na próxima década em decorrência dos danos à saúde causados pelo consumo excessivo de açúcar.

Quanto à exportação, o Brasil deve continuar liderando em 2030, seguido por Tailândia e Indonésia. Já os preços devem ficar próximos da estabilidade no período. O prêmio do açúcar branco (a vantagem de preços do adoçante refinado em relação ao bruto) deve ter leve alta nominal, de US$ 79/tonelada para US$ 88/tonelada.

Para a safra global atual, que vai até setembro deste ano, as entidades esperam queda na produção de açúcar pelo terceiro ano consecutivo "após condições climáticas desfavoráveis afetarem negativamente as lavouras de alguns dos principais países produtores". Também é esperado um aumento no consumo já que na temporada anterior o início da pandemia da covid-19 reduziu a demanda pelo adoçante. Com isso, a expectativa é de déficit mundial de açúcar.

Contato: augusto.decker@estadao.com
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