Agronegócios
30/09/2021 13:30

Logística: FPA aguarda estudo do governo para aliviar oferta apertada de contêineres


Por Isadora Duarte

São Paulo, 30/09/2021 - A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) aguarda resposta do governo federal em relação ao pedido do agronegócio, que reivindica medidas para aliviar a oferta apertada de contêineres para exportação. Presidente da FPA, deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR), conta ao Broadcast Agro que técnicos dos Ministérios da Infraestrutura e da Economia se comprometeram a elaborar um estudo sobre as medidas pedidas. "É um problema de mercado de ordem global, sobre o qual o governo não tem ingerência. Não é responsabilidade do governo, que não tem contêiner para ceder ao setor produtivo. Mas entendemos que, como órgão regulador, o governo pode nos ajudar no enfrentamento dessa questão, com medidas de regulamentação", disse Souza.

A bancada ruralista pede, entre outros pleitos, que o governo agilize normativas e busque mecanismos para ampliar a oferta de transportadores marítimos (armadores) no País e de incentivo à indústria de contêineres. "Precisamos dar condições, dar abertura, para a possibilidade de armadores operarem no País, com investimentos em infraestrutura e reduzindo o custo de produção. Além disso, flexibilizar medidas que possam trazer maior volume de contêineres ao setor privado", sugere Souza, apontando a BR do Mar entre os projetos que precisam ser acelerados para incentivar o transporte marítimo no País. O presidente da FPA lembra, contudo, que a Política de Estímulo à Cabotagem ainda está em tramitação no Senado, ou seja, no âmbito do Parlamento.

A informação da elaboração do estudo foi repassada pelos técnicos à comissão técnica da FPA em uma reunião na última quinta-feira (23). "Eles receberam o pleito e se comprometeram em fazer o estudo para encaminharmos os pleitos. O governo se dispôs a fazer este estudo a fim de minimizar os efeitos negativos sobre o agro", relatou Souza. Técnicos da Secretaria Nacional de Portos também participaram do encontro. "É uma crise internacional. São embarcadores privados. Quem fabrica contêineres, quem transporta, está no comércio internacional", apontou.

O movimento de recorrer ao governo partiu de uma série de entidades da indústria e do setor exportador do agronegócio brasileiro, que acionaram a FPA por meio do Instituto Pensar Agro (IPA). Um ofício foi encaminhado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) aos Ministérios da Infraestrutura e da Agricultura em 26 de agosto, requerendo uma reunião presencial "o mais urgente possível" com os respectivos ministros para discutir um plano de contingência para o transporte marítimo. A reunião ainda não foi agendada, segundo o presidente da FPA.

De acordo com a FPA, os impactos percebidos pela crise marítima sobre o setor agropecuário brasileiro são difusos e tendem a afetar severamente a cadeia produtiva interna e as atividades exportadoras. Alguns segmentos do agronegócio, como exportadores de café, já relatam prejuízos nos embarques e faturamento externo pela falta de contêineres para comercialização externa. Aqueles que encontram as estruturas para exportação relatam atrasos nos embarques, filas para envio das mercadorias e aumento expressivo no custo do transporte. "O preço de um contêiner para a China passou de US$ 2 mil para US$ 12 mil, alta de 500%, em meio à demanda internacional crescente e ao aumento do preço do aço", destacou Souza, citando que a logística representa metade do custo de produção agrícola. Conforme dados da FPA, o custo no Brasil para levar soja até o porto é 80% maior do que a média dos outros países.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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