Economia & Mercados
03/08/2022 14:00

Fabricante de ferramentas Stihl expande atuação no país e vê alta de 20% na receita


Por Juliana Estigarríbia

São Paulo, 03/08/2022 - A fabricante de ferramentas alemã Stihl está crescendo de forma significativa, impulsionada pelo agronegócio e por segmentos como jardinagem, que na pandemia ganhou destaque com as famílias se voltando mais para os cuidados com a casa. Para 2022, a empresa com fábrica em São Leopoldo (RS) projeta faturamento de R$ 3,5 bilhões, alta de 20% sobre o ano passado.

“No início da pandemia, ficamos em pânico porque não sabíamos o que estava por vir, mas a demanda aumentou muito desde então. Com muitas empresas adotando o home office, o brasileiro se voltou mais para sua casa, muitos saíram dos grandes centros e estão mais próximos do verde”, afirma o presidente da empresa, Cláudio Guenther, em entrevista ao Broadcast.

A marca atua nos segmentos florestal, agropecuário, construção civil, conservação e jardinagem profissional e doméstica, com equipamentos elétricos e a combustão, como motosserras e roçadeiras, por exemplo. No primeiro semestre, a Stihl faturou R$ 1,8 bilhão, alta de 18% sobre igual período do ano passado. Desde 2019, a companhia acumula investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão no País.

Guenther relata que parte do crescimento também se deve ao aumento da atuação no Brasil. Hoje, são cerca de 4.600 pontos de venda no País. Na pandemia, a empresa abriu um centro de distribuição em Jundiaí (SP) e em breve irá inaugurar outro em Benevides (PA). “Essa descentralização da distribuição está ajudando no crescimento”, observa.

A Stihl exporta metade da sua produção do sul do País, que é altamente verticalizada. Guenther relata que duas famílias de produtos que serão lançados no ano que vem terão aproximadamente 70% de conteúdo local, o que segundo ele tem ajudado a companhia principalmente após os recentes problemas na cadeia logística global e da guerra na Ucrânia.

Exportações

O alto índice de exportações da companhia também favorece a questão cambial, afirma o executivo. No Brasil, a Stihl fabrica 90% dos cilindros utilizados nas fábricas da marca no mundo. “O cilindro é muito importante para o desempenho da máquina e novas tecnologias nessa área ajudam na redução das emissões. Quando exportamos cilindros, estamos exportando tecnologia, know-how, são mais profissionais envolvidos na operação”, diz Guenther. Os cilindros representam cerca de 25% do negócio da Stihl no País.

Com o crescimento das operações, a companhia realizou 1.500 contratações desde o início da pandemia, totalizando 3,7 mil funcionários no País. “Temos uma política de aumentar a presença no mercado nacional, com qualificação no ponto de venda, gestão de venda técnica e cursos de mecânica”, relata o executivo.

Guenther diz ainda que a Stihl está buscando trazer novas linhas de produção para o Brasil. “Conseguimos este ano a aprovação para produzir lavadoras de alta pressão no País”, conta.

A diversificação é importante num cenário em que os produtos elétricos a bateria devem ganhar cada vez mais espaço no mercado global. Hoje, a Stihl produz apenas produtos elétricos com fio e a combustão no País. Neste horizonte, Guenther afirma que a produção de cilindros pode cair no futuro. “Estamos procurando novos negócios e componentes para aproveitar a estrutura da nossa fábrica no Brasil. Vamos aumentar o leque de produção no País”, observa.

Contato: juliana.estigarribia@estadao.com
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