A venda da participação de 66% detida pela Petrobras no bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil Brasil Óleo e Gás irá significar uma menor pressão para os investimentos da companhia no médio prazo, mas uma entrada de recursos no curto, o que vai ao encontro da necessidade da empresa neste momento.
A avaliação foi feita na manhã desta sexta-feira, 29, pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, em coletiva de imprensa em São Paulo.
O bloco inclui o prospecto exploratório denominado Carcará e o valor total foi de US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 1,25 bilhão (50%) pago no fechamento da operação. "Há um trabalho muito grande da companhia na gestão de portfólio, de onde deriva uma série de iniciativas, dentre elas os desinvestimentos", destacou a executiva.
Segundo Solange, uma das estratégias no sentido de desalavancar a companhia tem sido a de priorizar investimentos que trarão retorno no curto prazo e que não pressionam o caixa da empresa. "Queremos desalavancar a companhia e preservar sua visão de futuro", disse.
Solange afirmou ainda que o bloco cujo anúncio de venda foi feito nessa madrugada tem uma demanda por capital, o que pressionava o caixa da Petrobras. De outro lado, o retorno deveria apenas ocorrer a partir da década de 2020, destacou. "Vamos alocar investimentos e todo nosso capital em ativos que estão produzindo ou que estão próximos de iniciar a produção. São escolhas lógicas de gestão de portfólio", disse.
A diretora da Petrobras afirmou ainda que uma das características desse ativo é o fato de que os equipamentos utilizados se diferem do restante do portfólio da companhia, fato que por si só já o tornava mais caro do que os demais. "Existe uma despadronização", disse. Com isso, cálculos apontam que seu custo é entre 25% a 30% maior do que outros, o que traz ainda mais sentido para esse desinvestimento.
